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Esportes
Quarta - 06 de Setembro de 2006 às 16:01

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A relação de desconfiança entre torcedores e clubes pode comprometer os resultados esperados com a Timemania, loteria que vai arrecadar recursos para o pagamento de dívidas de clubes de futebol com a União. Esta deve ser uma das principais tarefas do comitê formado por representantes do governo e de clubes de futebol, que começam a trabalhar na regulamentação do jogo nos próximos dias, e é uma preocupação do ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior.

"A Timemania é uma aposta. Se as pessoas não tiverem motivação para participar dos sorteios, isso pode limitar o alcance e o impacto que essa iniciativa pode ter", alertou o ministro.

Em entrevista ao programa Redação Nacional, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, o ministro adiantou que o comitê vai estabelecer mecanismos para a sociedade acompanhar o funcionamento da loteria, que deve começar no início do ano que vem.

A Timemania pode beneficiar 80 clubes de futebol no Brasil das séries A, B e C. A Caixa calcula uma arrecadação de R$ 500 milhões por ano, que serão distribuídos entre o prêmio, os clubes que aderirem à loteria, o Fundo Penitenciário Nacional, as secretarias de Esporte estaduais e do Distrito Federal, a seguridade social, para o custeio da loteria e projetos sociais do Ministério do Esporte.

Na primeira fase, segundo o ministro, o dinheiro será usado para o pagamento de dívidas. De acordo com o projeto aprovado pelo Congresso, e que agora aguarda sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os clubes de futebol têm prazo de 180 meses para fazer a renegociação de suas dívidas.

Pelas contas do governo, os clubes de futebol devem quase R$ 1 bilhão ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), à Receita Federal (imposto de renda) e ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Os maiores débitos estão relacionados à Previdência Social. Assim que as dívidas forem quitadas, o dinheiro da Timemania poderá ser usado em investimentos.

O ministro Orlando Silva recomendou que os clubes definam um planejamento de longo prazo. "Hoje no Brasil a principal fonte de financiamento dos clubes de futebol é a negociação de jogadores, seguida de receita de televisão, patrocínio de publicidade e bilheteria, que são fontes muito frágeis, por isso os clubes vivem muito empobrecidos. De um só modo vamos tornar clubes que têm dívidas adimplentes, criar uma fonte para pagarem essas dívidas, e essas receitas, pagas as dívidas, serão fontes de investimento para a formação de atleta e manutenção dos craques que nós temos nos nossos clubes", afirmou.





Fonte: Terra

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