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Internacional
Quarta - 06 de Setembro de 2006 às 15:34

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A Comissão Independente de Controle (IMC), que supervisiona as atividades dos paramilitares no Ulster, afirmou hoje que o processo de desmilitarização da província pode continuar, pois o IRA "já não representa uma ameaça para as forças de segurança".

O décimo primeiro relatório da IMC, apresentado em Belfast, contém os progressos alcançados pelo chamado programa de "normalização das medidas de segurança", um dos pontos incluídos no acordo da Sexta-Feira Santa (1998) para concluir a desmilitarização do Ulster.

Esse plano contempla a demolição de postos de observação, torres de vigilância e bases militares, assim como a eliminação das fortificações que protegem algumas das delegacias de Polícia da região.

O objetivo do Governo é equiparar os níveis de segurança no Ulster com os do resto do país, reduzindo em até 5 mil o número de militares na região.

Segundo o relatório da IMC, a região conta atualmente com cerca de 8.300 soldados, número próximo ao das tropas britânicas atualmente postadas no Iraque.

A Comissão indica que o bom andamento do calendário de "normalização" é conseqüência direta do compromisso do Exército Republicano Irlandês (IRA) com o processo de paz na Irlanda do Norte.

Quatorze meses após anunciar o abandono definitivo da violência, o IRA "não está envolvido em atividades terroristas, nem adquirindo armas ou treinando recrutas".

O relatório também destaca que a direção do grupo "se opõe ao uso da violência como medida de controle de sua própria comunidade, e proibiu qualquer atividade ilegal entre seus membros".

A IMC também frustrou as expectativas sobre as constantes reivindicações dos unionistas para que o grupo se dissolva totalmente e desapareça da província.

A Comissão assegurou que a manutenção de uma "estrutura de comando e controle" no IRA está permitindo que a organização republicana mantenha seu compromisso com o processo de paz norte-irlandês.

Segundo os analistas, o desaparecimento do IRA poderia deixar um vácuo que seria aproveitado pelos grupos dissidentes para atrair os membros descontentes com a estratégia de paz adotada pelo grupo e seu braço político, o Sinn Fein.

A Comissão identifica os grupos dissidentes do IRA, como o IRA de Continuidade e o IRA Autêntico, como "as maiores ameaças à segurança da Irlanda do Norte".

Já os grupos paramilitares unionistas não "representam uma ameaça ativa", embora continuem envolvidos em ações violentas e em atividades ilegais, como a lavagem de dinheiro e o tráfico de drogas.

Segundo o ministro britânico para o Ulster, Peter Hain, o relatório "demonstra que a situação na Irlanda do Norte melhora a cada dia".

O próximo relatório da IMC, previsto para o início de outubro, oferecerá mais detalhes sobre as atividades do IRA.

Os Governos britânico e irlandês iniciarão em outubro uma rodada de negociações com os partidos da Irlanda do Norte para acelerar a formação de um Executivo autônomo de poder compartilhado na província.

Até agora, as supostas atividades paramilitares e ilegais dos republicanos foram os principais argumentos do majoritário Partido Democrático Unionista (DUP) do reverendo Ian Paisley para negar-se a formar um Governo de união com o Sinn Féin.





Fonte: EFE

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