Estado e Ministério discutem políticas de Humanização para MT
O Ministério da Saúde enviou, para participar da discussão como consultoras de Política Nacional de Humanização, a médica Maria Esther de Albuquerque Vilela e a psicanalista Beth Mori. “A expectativa é que, após essa discussão, possamos avançar para novas conquistas como, por exemplo, a adoção da Humanização como uma diretriz de Governo, a exemplo do que Mato Grosso já desenvolve tendo em sua estrutura uma gerência somente para cuidar da política de humanização e sua execução”, comentou Esther Vilela.
A psicóloga Beth Mori disse que a discussão pretende abordar, também, um entendimento melhorado do que é Humanização. “A Política Nacional de Humanização, praticada pelo Ministério da Saúde, é muito mais do que a adoção de um programa. Ela pretende revolucionar a visão que o trabalhador da Saúde tem de si mesmo no desenvolvimento de seu trabalho. Com a humanização o servidor deixa de ser um agente passivo no seu trabalho e passa a ser o protagonista, que identifica problemas, oferece soluções e apresenta resultados, obtendo satisfação pessoal no exercício de sua função e também escalona na boa prestação de serviços aos usuários do Sistema Único de Saúde”, explicou.
O Ministério da Saúde quer implantar novas técnicas e promover algumas mudanças na área da assistência afim de provocar mudanças de visão por parte dos servidores e poder exercitar. Ele aponta, como sugestão de programa, nos serviços de Acolhimento com Classificação de Risco, na Urgência e Emergência do Sistema Único de Saúde (SUS), quando o servidor demonstra como o usuário do SUS assume uma nova dimensão como pessoa que merece ser recebida com dignidade e atenção. Já a ouvidoria de humanização, é uma nova proposta de respostas imediatas às necessidades dos usuários, bem como o cumprimento do Direito ao Acompanhante, já assegurado por Lei, no qual a parturiente internada pode ser assistida por parentes ou amigos durante a internação.
“No cumprimento dessa Lei”, segundo Beth Mori, “depende muito da execução dos municípios no seu cumprimento. De imediato os municípios vão ter tempo para promover as adequações que a Lei requer. Alguns investimentos terão que ser dispensados, de imediato, o que pode ser, no início, um dos pontos de dificuldades. Superada essa fase a Lei, no seu pleno funcionamento, vai dar aos municípios um salto qualitativo no seu projeto macro de humanização”, disse ela.
Origens –
Em Mato Grosso a discussão sobre humanização na Secretaria de Estado de Saúde começou no ano 2003, com a criação de uma gerência de Humanização na Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Humanos. Um dos resultados nessa direção foi o projeto 'Saúde com Alegria' que lançou os “Doutores Palhaços”. De acordo com a gerente de Humanização da Ses, Eneida Vandoni da Silva Pereira, “o grupo tem como objetivo a suavização do ambiente hospitalar, proporcionando o bem-estar aos pacientes, funcionários e corpo clínico das unidades hospitalares onde atua. Em Cuiabá, o grupo atua no Hospital Geral Universitário (HGU), no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM), Hospital do Câncer e no Pronto Socorro de Várzea Grande (PSMVG). O projeto também já foi implantado nas cidades de Colíder, Sorriso, Cáceres e Rondonópolis.
A gerente destacou ainda outros projetos em andamento como o de “Sensibilização do parto humanizado”, que visa garantir às gestantes um atendimento ao parto seguro, acolhedor e que respeite suas necessidades físicas, emocionais, psicológicas e sociais, além da capacitação de novos profissionais da capital e do interior do Estado para atuar como Doutores Palhaços.
Em Mato Grosso já existe um grupo de trabalho de humanização ampliado, o Fórum Permanente de Humanização, que trabalha na viabilização do Plano Estadual para o setor.
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