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Economia
Quarta - 06 de Setembro de 2006 às 12:50

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Levantamento do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) com um grupo de fabricantes de autopeças de 11 Estados mostra que 70% deles serão afetados pela crise da Volkswagen, com uma queda de 1,6% no faturamento mensal, caso a Volks paralise sua produção por uma semana.

Com 15 dias de greve, a redução no faturamento pode chegar a 3,4%. Após um mês de paralisação, essas empresas deixariam de faturar 6,6%, segundo o levantamento.

A consulta foi feita a 27 autopeças, divididas em pequeno, médio e grande portes, e levou em consideração o tamanho, a produção e o quanto de sua produção é destinada para a Volkswagen. Juntas, essas empresas empregam 24,6 mil funcionários e respondem por 11% do faturamento do setor --ou US$ 3,1 bilhões, dos US$ 28,2 bilhões que as 520 indústrias representadas pelo Sindipeças esperam faturar neste ano.

"Se houver um prolongamento da crise na Volks, a situação pode se agravar ainda mais. Parte das empresas já nos procurou. Algumas estudam conceder férias coletivas, caso trabalhadores e montadora não cheguem a um acordo no ABC", afirma Paulo Butori, presidente do sindicato das autopeças.

Na segunda-feira, a Arteb, fabricante de faróis e lanternas de São Bernardo, oficializou pedido de férias coletivas de dez dias (18 a 27 de setembro) para metade de seus 1.200 funcionários --mesmo período em que a Volks programou descanso em três de suas unidades.

Em um cenário ainda pior, como o fechamento da fábrica de São Bernardo, como chegou a ameaçar a Volkswagen, as empresas informaram que a queda no faturamento anual seria de 5% e o impacto no nível de emprego, 6,5%.

"Estamos apreensivos. A fábrica do ABC é em parte modernizada, em parte desatualizada. A situação chegou a um ponto que a empresa precisa se reestruturar. Manter em operação uma fábrica com máquinas e equipamentos defasados pode significar estar fadado à falência", afirmou Butori.

Representantes dos trabalhadores e da VW se reuniram ontem desde as 13h para discutir um acordo que possa reduzir custos para a empresa, que planeja demitir 3.600 funcionários. Até o início da noite, as discussões continuavam.

Na segunda-feira, a empresa suspendeu as 1.800 demissões anunciadas a partir de novembro e os trabalhadores, a greve.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo, participará de uma reunião com sete prefeitos da região, que integram o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, para discutir a crise da Volks e seus impactos. "Vamos expor a situação e mostrar que estamos dispostos a encontrar uma saída negociada para evitar a demissão."

"Com o acordo de estabilidade [negociado em 2001], a empresa não conseguiu se redimensionar. Agora, é preciso encontrar um caminho para que mantenha o maior número de empregos possíveis, mas para que possa manter sua viabilidade econômica", disse William Dib, presidente do consórcio e prefeito de São Bernardo.





Fonte: Folha de S. Paulo

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