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Internacional
Quarta - 06 de Setembro de 2006 às 11:46

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Os presidentes da Argentina, Néstor Kirchner, e do Chile, Michelle Bachelet, vão reunir-se na próxima terça-feira na cidade de Mendoza, em um encontro que servirá para reduzir a tensão bilateral.

O encontro na capital da província argentina homônima, situada 1.000 quilômetros ao oeste de Buenos Aires, foi confirmado hoje à Efe por fontes da Chancelaria.

O propósito oficial da reunião é abrir a licitação internacional para a reabilitação da Ferrovia Transandina Central, que incluirá a instalação de 200 quilômetros de vias que cruzarão a Cordilheira dos Andes, limite natural entre ambos os países.

Depois deste trâmite, ambos os chefes de Estado, que se reuniram pela última vez em julho na província argentina de Córdoba, durante a Cúpula do Mercosul, manterão um encontro privado no qual se abordarão os assuntos que geraram controvérsias entre ambos os países nos últimos meses.

O primeiro desencontro aconteceu em julho, quando a Argentina elevou o imposto à exportação de gás de 20 para 45%. Este aumento representou para o Chile, principal comprador do hidrocarboneto, um preço de entre US$ 4,5 e US$ 4,8 por milhão de BTU (unidade térmica britânica) frente ao valor de US$ 2,5 a US$ 3 que pagava até então.

A Argentina aplicou esse ajuste a fim de compensar o aumento do preço do gás que compra da Bolívia desde a crise energética de 2004.

O Governo chileno considerou que seu vizinho aplicou um ajuste superior ao pactuado e, em carta que foi respondida pelo presidente da Argentina, Bachelet expressou sua "decepção" com esta medida, que segundo sua opinião "não condiz" com a relação estratégica entre ambos os países.

Também causou mal-estar no Chile o anúncio da Argentina de estabelecer um "preço diferencial" para os combustíveis que forem vendidos em áreas fronteiriças a veículos com placa de outros países com o propósito de assegurar o abastecimento interno.

A relação voltou a ficar tensa nos últimos dias, depois que a Secretaria de Turismo da Argentina publicou mapas nos quais, segundo o Chile, não se esclarece devidamente o limite binacional que atravessa os Gelos Continentais (ou Campos de Hielo Sur) que está pendente de demarcação.

Há poucos dias, o Governo argentino disse que ainda não recebeu resposta do Chile a um convite para demarcar o limite na área em questão e dar assim cumprimento ao acordo bilateral assinado em dezembro de 1998.

Este acordo tem um especial significado histórico no caminho de entendimento em que se empenharam Chile e Argentina desde sua disputa de 1978 pela parte oriental do Canal Beagle, no extremo sul de ambos os países, que quase terminou em um conflito bélico.





Fonte: EFE

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