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Internacional
Quarta - 06 de Setembro de 2006 às 01:18

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A promotora paraguaia Teresa Sosa denunciou ontem sete brasileiros acusados de ter tentado assaltar ABN Amro Bank em Assunção - eles integrariam um grupo de aproximadamente 30 brasileiros, vários vinculados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), de acordo com Teresa.



A ação foi impedida após a polícia do Paraguai descobrir, no dia 22 fevereiro, um túnel com 166 metros de extensão que seria usado pelo grupo para chegar ao caixa-forte da agência. A estratégia de escavar passagens subterrâneas é a mesma da quadrilha de ladrões de bancos ligada à facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) que começou a ser desarticulada pela Polícia Federal (PF), no Brasil, sexta-feira.

Segundo a promotora, os sete brasileiros identificados estão foragidos. O bando foi contratado pelo comerciante paraguaio Rodney Cano poucos dias após o roubo de R$ 164,8 milhões do Banco Central (BC) de Fortaleza, Ceará, em agosto de 2005. Entre os presos pela PF no Brasil, na Operação Facção Toupeira, há envolvidos com o ataque ao BC. As investigações da Promotoria paraguaia também levantam a hipótese de o grupo que agiria lá ter ligação com a ação em Fortaleza.

O assalto no Paraguai foi frustrado porque funcionários do banco ouviram o barulho das escavações, que já se aproximavam do caixa-forte, e acionaram a polícia. Os ladrões não foram presos porque tinham rádio que recebia as transmissões da polícia e fugiram. O aparelho foi dado a eles pelo chefe do Departamento de Crimes Financeiros, Vidal Machado - expulso da corporação.

Obra desde 2005 O túnel começou a ser construído em novembro de 2005. A obra era supervisionada por Arnaldo Guerrero, funcionário do comerciante. Cano se entregou à polícia dia 27 de agosto e disse que ajudou a entrar no Paraguai um grupo de brasileiros que tinha "ferramentas modernas de mineração" para escavar a passagem.

Seqüestrados 11 imóveis de assaltantes

A PF identificou e seqüestrou 11 imóveis espalhados pelo Brasil que podem ter sido comprados com o dinheiro roubado do BC. Três ficam em São Paulo, dois no Pará, quatro no Maranhão, um em Mato Grosso e um no Tocantins. Entre eles está a casa em Peruíbe, São Paulo, de Jeovan Laurindo da Costa, preso na capital, onde foram apreendidos R$ 450 mil que seriam do BC. Outra propriedade, de Raimundo Laurindo Barbosa Neto, detido no Piauí, é fazenda em Tocantins. Lá, havia R$ 196 mil, também do BC. Há ainda posto de gasolina e hotel.

A PF também ajudou a Promotoria paraguaia a identificar os brasileiros envolvidos com o túnel de lá. Os sete, que terão ordem de captura internacional expedida, são: Manuel Messias da Silva (Magrinho); Antonio Alves (Dedos); Marcelo Rodrigues Saara (Marcelinho); Carlos Roberto Maia (Belo); Douglas da Silva (Menudo); Luciano Freire de Souza (Marcos ou Zequinha); e Marcelo Gomez da Silva (Sandro Eggers).

Mais 30 detentos em Catanduvas Trinta detentos foram transferidos ontem para a penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná. Entre eles há presos ligados ao PCC, como o paraibano Sidnei Romualdo, líder da facção em Pernambuco. Agora, a unidade abriga 67 presidiários - 32% da sua capacidade total.

Vinte e cinco detentos vieram de presídios de Pernambuco, sob forte esquema de segurança. Depois, chegaram cinco que estavam à disposição da Justiça do Espírito Santo e cumpriam pena em Minas Gerais.

Primeiro preso a ser levado para Catanduvas, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, teve pedido de transferência do presídio federal negado pelo Supremo Tribunal Federal. Enquanto ele tenta deixar a unidade, o assaltante Marcelo Moacir Borelli quer ir para lá e fez o pedido em duas cartas ao juiz-corregedor da Vara de Execuções de Londrina, Roberto do Valle. Ele tem Aids e está na enfermaria de presídio de Londrina.




Fonte: O Dia

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