EUA continuam inseguros cinco anos após 11/9, diz Bush
A sede do governo norte-americano publicou sua "estratégia nacional de combate ao terrorismo" dentro dos preparativos para o quinto aniversário dos ataques de 11 de setembro de 2001, e num momento em que o governo Bush é criticado pelos democratas por não ter tomado mais providências para evitar a ocorrência de novos ataques.
"Desde os ataques de 11 de Setembro, os Estados Unidos estão mais seguros, mas ainda não estamos seguros", concluiu o relatório de 23 páginas.
Autoridades da Casa Branca negaram que o relatório tenha sido motivado por questões políticas em ano eleitoral, em que o presidente George W. Bush está acusando os democratas de serem leves no terrorismo, e acrescentaram que o documento é um produto de meses de trabalho.
Alegar que o relatório teve motivação política, disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, significa depreciá-lo.
O texto prevê que a guerra contra o terror terá longa duração e diz que os terroristas declararam a intenção de obter e usar armas de destruição em massa para executar ataques de proporções catastróficas contra os Estados Unidos e seus aliados.
A assessora de Segurança Interna da Casa Branca, Fran Townsend, disse a jornalistas que está preocupada com a crescente complacência dos norte-americanos com relação à ameaça do terrorismo, uma vez que não houve nenhum ataque de grande escala nos EUA desde os eventos de 11 de setembro.
"Não deve haver dúvidas na cabeça de ninguém de que eles continuam, até hoje, obcecados em matar uma quantidade enorme de norte-americanos e de nossos aliados em todo o mundo", declarou ela.
O relatório faz pouca menção a Osama bin Laden, o líder da Al Qaeda, que está escondido e que o governo Bush nunca foi capaz de capturar ou matar.
Townsend disse que a Al Qaeda tornou-se um "movimento transnacional de organizações, redes e indivíduos" e que "Bin Laden continua sendo o alvo número 1, em termos de nossos esforços, mas ele não é o único alvo".
O relatório afirma ainda que a Síria e o Irã continuam "abrigando terroristas e patrocinando a atividade terrorista no exterior". Os Estados Unidos estão num impasse com o Irã e com a Síria, por causa do apoio às guerrilhas do Hizbollah no sul do Líbano e em especial devido às ambições nucleares iranianas.
Bush foi reeleito em 2004 em cima de seu potencial para combater o terrorismo, e costuma descrever os democratas como fracos em termos de segurança nacional. O Partido Republicano vem retomando o assunto na campanha eleitoral deste ano.
Estarão em jogo no dia 7 de novembro todas as 435 cadeiras da Câmara, 34 entre as 100 do Senado e mais 36 governos estaduais. Os democratas precisam conquistar 15 cadeiras na Câmara e seis no Senado para obter a maioria.
O relatório, que é uma atualização da estratégia nacional de 2003, disse que a ameaça representada pela Al Qaeda está "significativamente reduzida" depois da morte de muitos de seus líderes, mas que a organização continua perigosa, cinco anos depois de suicidas terem sequestrado quatro aviões comerciais e os lançado contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e contra o Pentágono, matando quase 3.000 pessoas.
"Embora a Al Qaeda funcione como a vanguarda do movimento e continue, junto com os grupos afiliados a ela e os inspirados por ela, a sendo a manifestação atual mais perigosa do inimigo, o movimento não é controlado por nenhum grupo ou Estado específico", afirmou o texto.
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