Olmert convidará Abbas para negociação após libertação de soldado
A afirmação foi feita pelo vice-primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, em declarações à rádio militar, nas quais assegurou que a intenção de Olmert é oferecer a aplicação do Mapa do Caminho, o plano de paz que a comunidade internacional elaborou em 2003.
"(As partes) iniciarão negociações com base no Mapa do Caminho, esse é o único documento existente", afirmou Peres.
Olmert disse ontem no Parlamento que abandonou seu plano original para uma retirada unilateral de partes da Cisjordânia, e que seu objetivo agora é um acordo negociado e que estuda a possibilidade de uma reunião com Abbas.
Ao ser consultado sobre quando ocorreria essa reunião, Peres respondeu: "No momento em que o assunto do seqüestro de nossos soldados for resolvido. E espero que seja assim".
Apesar de citar os militares no plural, Peres explicou que a abertura de negociações com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) não depende da libertação dos outros dois soldados israelenses em poder da guerrilha libanesa Hisbolá.
As declarações do vice-primeiro-ministro israelense coincidem com informações de diversos meios de comunicação locais e estrangeiros sobre uma iminente troca de prisioneiros entre Israel e as guerrilhas palestinas que mantêm o militar seqüestrado, com a mediação do Egito.
O jornal internacional em árabe "Al-Hayat", que é editado em Londres, assegura em sua edição de hoje que Shalit já está no Egito e que em troca Israel libertará 800 presos palestinos, em um processo de três fases a ser aplicado até dezembro.
A informação do "Al-Hayat" sobre uma iminente troca foi confirmada também pelo presidente da ANP, Mahmoud Abbas, em declarações a um jornal do Barein.
Mas em Israel fontes governamentais desmentiram essa informação sob o argumento de que "preferem não falar do tema". Fontes palestinas envolvidas nas supostas negociações confirmaram ao jornal "Ha''aretz" que o acordo ainda não foi firmado e que Shalit continua em Gaza.
"Não libertarei presos até que Gilad Shalit nos seja devolvido", assegurou Olmert nesta segunda-feira. Meios de comunicação israelenses informaram ontem que Israel impôs como condições para uma troca que não soltará prisioneiros que tenham perpetrado crimes de sangue, e também não incluirá entre eles dois conhecidos dirigentes, Marwan Barghouthi, do movimento Fatah, nem Ahmad Saadat, líder da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP).
Saadat é o responsável intelectual pelo assassinato do ex-ministro de Turismo, Rehavam Zeevi, há três anos, em Jerusalém.
Barghouthi, destacado líder político na Cisjordânia, foi condenado à prisão perpétua como autor intelectual do assassinato de cinco civis israelenses por uma milícia do Fatah.

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