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Internacional
Terça - 05 de Setembro de 2006 às 06:56

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O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, terá seu primeiro encontro de paz com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, se militantes da Faixa de Gaza libertarem um soldado israelense capturado, disse nesta terça-feira o vice de Olmert.

As declarações do vice-premiê Shimon Peres aparecem depois da publicação de reportagem em um jornal do Bahrein, segundo a qual Abbas disse que há um acordo pela libertação do cabo Gilad Shalit, cuja captura, em um ataque na fronteira em 25 de junho, provocou novo confronto entre israelenses e palestinos na Faixa de Gaza.

"Abu Mazen (Abbas) deve ser convidado para negociar, e acredito que o primeiro-ministro fará isso nos próximos dias. As negociações devem ser lançadas com base no ''mapa do caminho"'', disse Peres à Rádio do Exército, em referência ao plano de paz liderado pelos Estados Unidos. "Quando esta situação (do soldado) for resolvida, (o encontro) será realizado".

A diplomacia entre Israel e os palestinos estava paralisada mesmo antes da captura de Shalit, desde que o Hamas assumiu a Autoridade Palestina, em março, depois de derrotar o movimento de Abbas, o Fatah, mais moderado, nas eleições de janeiro.

Israel, com apoio de países ocidentais, quer que o Hamas abandone seu estatuto que pede a destruição do Estado judeu e renuncie à violência como precondição para negociações. Abbas argumenta que ainda pode ser o interlocutor de Israel, sem envolver o Hamas.

Um assessor de Abbas disse que o presidente ainda não foi convidado para um encontro com Olmert. Os dois líderes encontraram-se apenas uma vez, de maneira informal, em uma conferência na Jordânia, desde que Olmert assumiu o cargo em maio.

Uma fonte política israelense disse que Olmert evitou o encontro até agora porque espera que Abbas exija a libertação de alguns dos milhares de palestinos presos em Israel.

Olmert quer que Shalit, capturado por militantes, seja libertado antes de qualquer anistia, disse a fonte.

A situação fica mais complicada para Israel porque o país quer recuperar também dois soldados capturados por guerrilheiros libaneses do Hizbollah em 12 de julho, também para forçar a libertação de muitos prisioneiros.

Abbas disse ao jornal Akhbar al-Khaleej que há um acordo para a libertação de Shalit.

"Foi conseguido um acordo sobre a troca de prisioneiros que é baseado no envio do soldado para o Egito como depósito, e depois disso será anunciado o número de prisioneiros de guerra palestinos que serão libertados", disse Abbas.

Em Gaza, representantes do Hamas e dos Comitês de Resistência Popular, outro grupo que participou do sequestro de Shalit, disseram que as negociações estão paradas.

"A mediação do Egito é a única mediação disponível, mas não há movimento nesta questão", disse o líder político do Hamas, Osama al-Muzaini.

Uma fonte de segurança de Israel disse que Ofer Dekel, enviado de Olmert para a crise de reféns, esteve recentemente no Cairo para conversar com mediadores egípcios. Não houve comentário imediato do Egito.

Israel lançou as ofensivas em Gaza e no Líbano depois das capturas dos soldados. Cerca de 1.400 palestinos e libaneses, a maioria civis, e 158 israelenses, foram mortos.





Fonte: Reuters

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