Primeiro-ministro proíbe Miss Camboja "enquanto governar"
"O que os cambojanos querem é comida e transporte. Miss Camboja não é uma necessidade. Enquanto eu estiver no poder, não autorizarei a competição", disse o chefe de Governo, durante um ato público na província de Svay Rieng, retransmitido pela rádio nacional.
O Ministério de Cultura cambojano havia anunciado em 27 de julho um acordo com os organizadores. Após 40 anos, o concurso de Miss Camboja voltaria a ser disputado, mas sem desfile em trajes de banho.
No entanto, em 16 de agosto o acordo foi rompido, com a volta da proibição.
O primeiro-ministro do Camboja afirmou hoje que a competição trouxe azar ao país no passado. A "prova", citou, foi o incêndio que destruiu o Teatro Bassac, em Phnom Penh, em 1994, logo depois de o local receber o concurso de beleza.
O governante mandou fechar no começo do ano um programa de televisão no qual uma participante dançou de forma muito provocante para a sensibilidade tradicional cambojana.
Outras medidas em defesa da "moral tradicional budista" foram desautorizar os telefones celulares de terceira geração, para que sejam usados para transmitir pornografia, e punir o adultério com um ano de prisão.
Hun Sen disse que o Camboja não precisa de uma cara bonita para se promover no exterior, já que conta com os templos de Angkor, a antiga capital do império Khmer, declarada patrimônio da humanidade pela Unesco.
O primeiro-ministro governa o Camboja desde 1985. Nas últimas eleições, o Partido do Povo do Camboja (PPC) obteve 73 das 123 cadeiras parlamentares, com 59,3% dos votos válidos.
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