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Pouca escola e sonhos de consumo empurram meninos para o crime
O baixo grau de escolaridade e o desejo - a qualquer preço - de ter dinheiro no bolso são os dados que mais chamam atenção ao analisar o perfil dos 198 internos que vivem no Complexo Pomeri, em Cuiabá. Sessenta e dois internos não saíram da 5ª série e apenas 20 chegaram ao Ensino Médio. A maioria deles (57) se torna infrator por roubo e furto. As adolescentes (60%) porque, além do roubo, se tornam traficantes.
Os dados que alertam para a falta ou insucesso das políticas públicas, nas três esferas de governo, foram atualizados semana passada pela equipe do superintendente Carlos Caetano, do Sistema Estadual Sócioeducativo do Pomeri. Ao entrar para a unidade, onde os internos cumprem medidas sócioeducativas, mesmo com apenas 12 anos, deixam de ser considerados meninos e meninas e se tornam "infratores".
De acordo com os dados, sete em cada dez garotos que entram para o Pomeri estão mais sujeitos a cometer infrações entre os 17 e 21 anos. Entre os 198 internos, há apenas cinco adolescentes do sexo feminino, mas oito em cada 10 respondem por tráfico de entorpecentes ou roubo. Entre as meninas, 16 anos é a faixa etária que mais aparece.
Infância perdida - Os adolescentes que se envolvem em infrações mais graves podem permanecer dentro do Pomeri até três anos. Por ironia, é, dentro da unidade que eles passam a frequentar a escola, a partir de onde interromperam os estudos. "90% vêm de família desestruturada e vivem em situação de pobreza. Ou o pai ou a mãe é desempregado. Ou os dois. Um ou outro, muitas vezes, tem envolvimento com algum tipo de droga", comenta o superintendente.
Embora por lei seja proibido o trabalho para adolescentes, é a inserção dos adolescentes infratores no mercado de trabalho a medida sócioeducativa que mais recupera, segundo Caetano. "Faltam políticas públicas que atendam essa faixa etária. Eles têm dificuldade de acesso à cadeia de consumo", justifica, ao comentar os altos índices de roubo, furto e tráfico e a boa adesão ao trabalho, quando a idade permite.
Para Caetano é desafiador encontrar espaço, todos os dias, para atender os internos em medidas que surtam efeito. "São crescentes os crimes nessa idade em função do apelo de consumo. Eles querem repostas imediatas e os pais não conseguem dar", completa. "Políticas públicas, no conjunto, minimizariam os problemas", enfatiza, quando se refere à responsabilidade dos governos federal, estadual e o município. "Os orçamentos para essas políticas ainda são pequenos". Quando fala em números positivos, Caetano cita a redução de reincidência."Ano passado era 25% e neste ano conseguimos baixar para 16%".
Os dados que alertam para a falta ou insucesso das políticas públicas, nas três esferas de governo, foram atualizados semana passada pela equipe do superintendente Carlos Caetano, do Sistema Estadual Sócioeducativo do Pomeri. Ao entrar para a unidade, onde os internos cumprem medidas sócioeducativas, mesmo com apenas 12 anos, deixam de ser considerados meninos e meninas e se tornam "infratores".
De acordo com os dados, sete em cada dez garotos que entram para o Pomeri estão mais sujeitos a cometer infrações entre os 17 e 21 anos. Entre os 198 internos, há apenas cinco adolescentes do sexo feminino, mas oito em cada 10 respondem por tráfico de entorpecentes ou roubo. Entre as meninas, 16 anos é a faixa etária que mais aparece.
Infância perdida - Os adolescentes que se envolvem em infrações mais graves podem permanecer dentro do Pomeri até três anos. Por ironia, é, dentro da unidade que eles passam a frequentar a escola, a partir de onde interromperam os estudos. "90% vêm de família desestruturada e vivem em situação de pobreza. Ou o pai ou a mãe é desempregado. Ou os dois. Um ou outro, muitas vezes, tem envolvimento com algum tipo de droga", comenta o superintendente.
Embora por lei seja proibido o trabalho para adolescentes, é a inserção dos adolescentes infratores no mercado de trabalho a medida sócioeducativa que mais recupera, segundo Caetano. "Faltam políticas públicas que atendam essa faixa etária. Eles têm dificuldade de acesso à cadeia de consumo", justifica, ao comentar os altos índices de roubo, furto e tráfico e a boa adesão ao trabalho, quando a idade permite.
Para Caetano é desafiador encontrar espaço, todos os dias, para atender os internos em medidas que surtam efeito. "São crescentes os crimes nessa idade em função do apelo de consumo. Eles querem repostas imediatas e os pais não conseguem dar", completa. "Políticas públicas, no conjunto, minimizariam os problemas", enfatiza, quando se refere à responsabilidade dos governos federal, estadual e o município. "Os orçamentos para essas políticas ainda são pequenos". Quando fala em números positivos, Caetano cita a redução de reincidência."Ano passado era 25% e neste ano conseguimos baixar para 16%".
Fonte:
A Gazeta
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/277669/visualizar/
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