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Saúde
Terça - 05 de Setembro de 2006 às 01:36

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A luta contra a obesidade, que adquire proporções de pandemia, passa por uma nova revisão das políticas agrícolas, hoje baseadas na excessiva produção de alimentos gordurosos e açucarados, segundo o décimo Congresso Internacional sobre a Obesidade, celebrado em Sydney, Austrália.

"A partir de agora, esta pandemia de obesidade insidiosa e crescente se propaga por todo o mundo", previu Paul Zimmet, professor da Universidade Monash da Austrália, durante a abertura deste congresso, organizado a cada quatro anos.

Com sua riqueza, seus costumes alimentares e sua falta de atividade física, o Ocidente foi o primeiro a ser atingido por esta praga, mas "os países em desenvolvimento estão adotando as mesmas práticas", advertiu o especialista diante de dois mil delegados reunidos até sexta-feira na maior cidade da Austrália.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o mundo conta atualmente com mais obesos do que pessoas desnutridas. Os dados falam por si: 1 bilhão de pessoas sofrem de excesso de peso, enquanto 800 milhões passam fome.

Para combater o problema é necessário fazer uma revisão global das políticas agrícolas, considerou nesta segunda-feira Philip James, presidente da Equipe Internacional de Luta contra a Obesidade e ex-assessor do primeiro-ministro britânico, Tony Blair.

"O dinheiro dos contribuintes é utilizado para subsidiar todos estes elementos da cadeia alimentar que hoje causam a epidemia de obesidade", declarou.

As subvenções públicas acabam gerando uma produção excessiva de óleos, gordura e açúcar, o que contribui há décadas para a crise sanitária que vivemos hoje, explicou o especialista.

Alguns países como a Dinamarca estão conscientes do problema e tentam erradicá-lo com a proibição de gorduras prejudiciais para a saúde.

Os Estados Unidos, por exemplo, obrigaram a rede de lanchonetes McDonald''s a pagar mais de oito milhões de dólares por não ter reduzido a proporção de gorduras nocivas em seus produtos.

Gana estabeleceu uma taxa máxima de gordura para a carne importada.

Cerca de 370 especialistas de oito países assistem ao Congresso sobre obesidade, cuja última edição ocorreu em 2002 em São Paulo.




Fonte: AFP

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