Baixada Cuiabana corre risco de ter blecaute de novo

O fornecimento de energia elétrica pode voltar a ser interrompido a qualquer momento em horários de pico de consumo nos municípios da Baixada Cuiabana. A possibilidade é levantada diante da paralisação desde quarta-feira da semana passada da Usina Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá), segundo informou ontem a distribuidora Cemat. A usina responde por cerca de 50% da oferta de energia em Mato Grosso.

A termelétrica parou de receber gás boliviano desde o dia 27 de agosto (sábado), quando passou a operar apenas com uma reserva que possibilitou a geração de 135 megawatts (MW) de energia até terça-feira, informa o presidente da Pantanal Energia, operadora da usina, Carlos Eduardo Baldi. A usina tem potência instalada de 480 MW, sendo que a demanda de consumo no Estado é de cerca de 700 MW.

Baldi afirma que não há previsão para o retorno das operações em menos de uma semana. Ontem ele esteve em Brasília para discutir o assunto no Ministério de Minas e Energia (MME). O executivo explica que a informação oficial boliviana é que ocorreram problemas nos compressores do gasoduto.

A suspensão das atividades da termelétrica trouxe as primeiras conseqüências aos consumidores. Na quinta-feira da semana passada houve a interrupção de energia em Cuiabá das 18h26 às 18h37, ocasionada segundo a Cemat, por desligamento na subestação Cidade Alta. Cerca de 37 mil consumidores da região central da Capital e dos bairros Santa Rosa, Coophamil, Santa Isabel, Santa Laura, Goiabeiras, Duque de Caxias e dos municípios de Acorizal e Jangada ficaram sem receber o produto por 9 minutos.

O superintendente de Engenharia da Cemat, José Adriano Mendes, afirma que a Subestação do Coxipó, de propriedade da Eletronorte, está operando no limite da capacidade. A unidade, segundo ele, está sujeita a desligamentos devido ao aumento de consumo de energia nesse período de altas temperaturas e também nos casos de falhas em componentes dos sistemas elétricos localizados em outras regiões do Estado.

Em nota, a Eletronorte esclarece que a Subestação Coxipó, "não está operando no limite da capacidade e que os riscos de desligamentos em função de sobrecarga nos equipamentos são os mesmos das condições normais de operação do sistema". "Como o Sistema Mato Grosso está conectado ao Sistema Interligado Nacional, as condições de operacionalidade das linhas de transmissão são constantemente avaliadas e corrigidas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)", completa a nota.