MPF quer mais fiscalização na carne de frango
De acordo com o procurador Pedro Antonio de Oliveira Machado, atualmente a única rotina utilizada, conhecida como "dripping test", além de não ter a eficiência necessária, só é aplicável às carcaças congeladas, ficando de fora as carnes resfriadas e as que são comercializadas em pedaços.
A ação foi instaurada com base em investigações do MPF indicando que, por causa de falhas na fiscalização do Serviço de Inspeção Federal (SIF), irregularidades como a injeção de água ou de substâncias que propiciam a retenção de líquido na carne dos frangos, e até mesmo a colocação de pedaços de gelo no interior de aves inteiras para aumentar o peso do produto, causam prejuízos aos consumidores.
Na ação o procurador federal lembra que o Brasil é o maior exportador mundial de carnes, "o que torna incompreensível a leniência na solução de tais problemas", que podem afetar as exportações, já que, regularmente, os países importadores enviam missões ao Brasil para verificar se as condições sanitárias são satisfatórias.
De acordo com Machado, há uma deficiência preocupante no quadro de pessoal do SIF em todo o Brasil e, notadamente, no Estado de São Paulo, onde seriam necessários 1.025 agentes, mas apenas 460 estão atuando. Ele afirma que o órgão se utilizou de brechas legais para aceitar a inspeção dos frigoríficos por veterinários contratados e remunerados pelas próprias empresas fiscalizadas.
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