Oposição paraguaia quer parar projetos do governo no Congresso
Entre as iniciativas que devem ser apreciadas figuram os empréstimos internacionais, no total de 216 milhões de dólares, que as autoridades consideram vitais para a reativação econômica do país, além da nomeação de embaixadores e de um diretor do Banco Central do Paraguai.
"Há uma conversação capenga entre Executivo e os partidos de oposição", disse a jornalistas Blas Llano, presidente do Partido Liberal, principal força opositora do Paraguai.
"Não estão apresentadas as condições para seguir com a aprovação dos créditos, mas o manejo do Executivo com esse dinheiro", acrescentou Llano.
Um dos créditos de 30 milhões de dólares, concedido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), tem como destino a capitalização da Agência Financeira de Desenvolvimento (AFD), uma instituição criada recentemente para financiar projetos industriais e agropecuários.
O outro é um empréstimo do Banco Internacional de Cooperação do Japão, de 186 milhões de dólares, para melhorar a capacidade de produção de energia de uma central elétrica local.
Duarte pretende impulsionar uma reforma constitucional, que poderia abrir as portas para uma reeleição presidencial em 2008, e busca alianças políticas para levar o projeto adiante.
O presidente precisa de ampla maioria no Congresso —que deve aprovar a reforma— e a oposição formou uma frente comum, temerosa de que Duarte possa "atentar" alguns de seus parlamentares.
"A oposição crê que sabotando o governo poderá chegar ao poder. Eles são movidos pelo medo de enfrentar o Partido Colorado, porque o coloradismo vai ganhar em 2008", disse Duarte a uma emissora de rádio.
O Partido Colorado governa o país desde 1947.
Duarte iniciou em 15 de agosto seu quarto ano de mandato, com uma avaliação negativa alta pelos cidadãos sobre a sua gestão, conforme revelaram pesquisas recentes.
Uma pesquisa da First Análisis y Estudios, publicada na segunda-feira, informou que 49,5 por cento da população se opõe a um segundo mandato do atual presidente, enquanto 35,5 por cento se manifestou favoravelmente e 15 por cento preferiu não opinar.
Além dos empréstimos, o Congresso deve aprovar a nomeação de embaixadores nos governos da Argentina e da Espanha —países com número expressivo de imigrantes paraguaios— e também para União Européia e Organização das Nações Unidas (ONU).
A decisão oposicionista se manterá "até que Nicanor Duarte mude seu discurso de reeleição, porque só o que faz é aumentar a diferença política existente", disse o senador do partido Patria Querida, Miguel Carrizosa.
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