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Internacional
Segunda - 04 de Setembro de 2006 às 11:33

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Um atentado suicida e um ataque talibã ocorridos nas últimas horas, com saldo de quase 25 mortos, refletem o aumento da violência no Afeganistão, sob operação da Otan desde este sábado.

Recentemente, este tipo de incidente acontece quase todos os dias no país, que vive um dos períodos mais sangrentos desde a queda do regime talibã, no fim de 2001.

Esta manhã, no leste da capital Cabul, um ataque suicida com carro-bomba contra um comboio da Força Internacional de Assistência à Segurança no Afeganistão (Isaf) causou a morte de quatro civis afegãos e deixou outros sete feridos.

O atentado também feriu cinco soldados. Um deles, de nacionalidade britânica, morreu em decorrência das lesões após ser levado para um hospital militar.

Embora nos últimos meses a capital afegã tenha sido palco de vários atos de violência, Cabul é uma das cidades mais seguras do país e onde há maior controle policial e militar, por isso os ataques suicidas não são freqüentes.

Os fatos mais sangrentos aconteceram nas conflituosas províncias do sul afegão, onde a Isaf assumiu a segurança no final de julho, substituindo a coalizão militar liderada pelos EUA.

Na província de Helmand, no sul, cerca de 50 supostos talibãs atacaram esta noite um quartel-general da Polícia na localidade de Garmser, segundo confirmou Yousif Stanizai, porta-voz do Ministério do Interior do Afeganistão.

"O confronto durou duas horas. Dezesseis talibãs foram mortos e outros cinco foram detidos", disse Stanizai. Três policiais afegãos morreram e seis agentes ficaram feridos.

Os últimos ataques podem ser uma resposta dos insurgentes ao início da operação Medusa lançada este sábado pela Isaf em Kandahar, também no sul, com o objetivo de expulsar os centenas de talibãs que se instalaram em maio na região de Panjawayi e permitir que os milhares de refugiados retornem às suas casas.

Segundo fontes militares, 200 talibãs e cinco soldados canadenses da Isaf morreram em combate desde o início da operação.

Além disso, outros 14 militares do contingente britânico da Isaf morreram este sábado, vítimas de uma queda de avião, enquanto participavam da operação Medusa. Acredita-se que a aeronave caiu por uma falha técnica.

A última baixa da operação Medusa aconteceu hoje no distrito de Panjawayi, quando um soldado canadense da Isaf morreu e vários ficaram feridos em um incidente provocado por "fogo amigo".

Segundo um comunicado divulgado pela Isaf, o incidente aconteceu nesta madrugada quando, durante um combate, as tropas solicitaram apoio aéreo.

"As tropas da Isaf pediram apoio aéreo. Dois aviões deram esse apoio, mas, infelizmente, atacaram forças amigas", ressaltou o comunicado.

O general David Richard, comandante-em-chefe da Isaf, lamentou hoje o incidente e expressou suas condolências às famílias dos mortos.

O comandante ressaltou a importância da missão e da operação em vigor, afirmando que "ajudar o povo do Afeganistão e impedir que este país se transforme novamente num santuário para terroristas é de interesse de todos".

"A batalha que a Isaf está mantendo em Kandahar é dura e de vital importância, e está sendo conduzida com coragem e inteligência", assegurou.

O chefe da força multinacional afirmou que "as tropas da Isaf continuarão sua missão, profundamente entristecidas pela perda, mas com a mesma determinação de avançar no progresso da operação Medusa e concluir o trabalho".





Fonte: EFE

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