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Internacional
Segunda - 04 de Setembro de 2006 às 09:34

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As desigualdades econômicas e sociais continuam aumentando em Nova York, a capital financeira do mundo, onde um em cada cinco habitantes é pobre, segundo os últimos dados do Censo dos Estados Unidos.

"Cerca de 700 mil nova-iorquinos estão próximos à linha da pobreza ou abaixo dela. O problema da pobreza na cidade é ainda mais preocupante do que os dados federais apontam", afirmou Betsy Gotbaum, da Defensoria Pública de Nova York, em comunicado.

O Governo Federal classifica a linha da pobreza através da renda anual de famílias com quatro pessoas (US$ 19.971), e de duas pessoas (US$ 12.755).

No entanto, Gotbaum afirma que na cidade existem milhares de pessoas que "tecnicamente" não vivem abaixo do nível da pobreza, mas cuja renda não é suficiente para manter suas famílias.

"Segundo os dados da Coalizão de Nova York Contra a Fome, mais de 400 mil adultos trabalhadores da cidade vivem em famílias nas quais existem carências de alimentos, muitos dos quais não se encontram entre os mais pobres", afirmou Gotbaum.

A chamada "capital do mundo" é capaz de reunir entre suas ruas e arranha-céus as maiores e as menores rendas do país.

Segundo os dados do Censo, Manhattan é o condado americano com a maior renda doméstica, onde 5% das famílias possuem receita anual superior a US$ 200 mil.

No entanto, a pobreza está logo ao lado, especialmente no bairro do Bronx, ao norte da "Big Apple".

Os dados do Censo americano revelam que o bairro - de maioria hispânica e afro-americana - é o mais pobre do país, com um nível de miséria de 29%.

Lá, a renda doméstica é de aproximadamente US$ 29 mil ao ano e quase a metade dos núcleos familiares são mantidos por mulheres com filhos que vivem abaixo do nível da pobreza.

A organização beneficente de apoio à infância World Vision, apontou em seu último relatório que uma em cada três crianças nova-iorquinas - mais de 500 mil - vivem em famílias, muitas delas de imigrantes, incapazes de atender a suas necessidades básicas.

Apesar de tudo, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, disse que a alta probabilidade de conseguir "o sonho americano" é o que faz com que "cada vez mais pessoas queiram vir à cidade", que atualmente conta com oito milhões de habitantes.

As tendências observadas em Nova York também são aplicáveis em nível estadual, já que o estado foi o único dos EUA no qual a renda e a pobreza no biênio 2004-2005 aumentaram em níveis iguais.

Esses resultados, tanto na cidade como no estado, contrastam com os registrados em nível nacional.

Em todo o país, a renda média subiu 1,1%, para US$ 46.326, para famílias de quatro membros. O número de pessoas pobres se manteve estável em 12,6% da população, ou seja, 37 milhões de pessoas.

As estatísticas mostram que as famílias hispânicas continuam abaixo da média - com uma renda média de US$ 35.967 - e com um nível de pobreza que se mantém em torno de 21,8%.

Além disso, o Censo aponta que, entre 2004 e 2005, o número de pessoas sem acesso à assistência médica aumentou em 1,3 milhão, para 46,6 milhões.





Fonte: EFE

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