Greve de metalúrgicos no ABC afeta 4ª fábrica da Volks
"Os motores já se acumulam em São Carlos porque não estão sendo enviados para o ABC. Alguns componentes necessários para sua fabricação também começam a faltar", afirma Rosalino de Jesus de Barros, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos.
A fábrica da cidade é a quarta do grupo VW afetada pela greve de 12,4 mil empregados de São Bernardo do Campo, iniciada há seis dias em protesto contra a demissão de 1.800 trabalhadores. Além da unidade do ABC, a empresa concedeu folgas e marcou férias coletivas em São José dos Pinhais (PR) e em Taubaté (SP).
Sem um acordo para reduzir custos, a Volkswagen diz que pode demitir até 6.100 empregados e fechar a fábrica do ABC paulista.
Com a paralisação e seus reflexos em outras unidades, representantes dos trabalhadores estimam que entre 4.000 e 5.000 veículos já deixaram de ser produzidos. Metade deles só no ABC paulista (Fox Europa, Pólo, Gol, Kombi e Saveiro).
Em São José dos Pinhais, onde a produção diária é de 800 carros (Fox, CrossFox e Golf), 3.600 funcionários não trabalharam na sexta e no sábado por falta de peças vindas de São Bernardo.
"Na segunda-feira [hoje], os 1.100 empregados do primeiro turno devem continuar parados porque os carregamentos de peças não foram despachados do ABC para cá", afirma Jamil Dávila, secretário do Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba (Força Sindical).
Protesto em revendas
O protesto nas revendas da VW, marcado para quarta-feira (6) em várias capitais, envolverá trabalhadores de quatro montadoras do ABC --Ford, DaimlerChrysler (Mercedes-Benz), Scania e Toyota--, que devem coordenar as manifestações.
"A idéia é levar grupos de 50 a 100 pessoas na porta de cada concessionária", diz Francisco Duarte de Lima, o Alemão, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
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