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Nacional
Segunda - 04 de Setembro de 2006 às 03:20

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A partir desta semana, a CPI dos Sanguessugas entra em nova fase de investigações. Nesta etapa, o Rio será alvo das atenções. Levantamento enviado à relatoria geral indica que R$ 2,8 milhões foram repassados para, supostamente, favorecer as entidades Ibrae, (Instituto Brasileiro de Cultura e Educação), Idetec (Instituto de Desenvolvimento Tecnológico do Rio) e Amor Pela Vida.

As verbas foram transferidas apesar de especialistas terem apontado dúvidas sobre a competência das instituições. Existem suspeitas de que o dinheiro repassado às ONGs tenha sido desviado para fins que não têm relação com pesquisas ou projetos de inclusão digital.

Uma das denúncias é que os recursos teriam sido usados na contratação de 170 pessoas que desempenhariam funções diversas por um total de R$ 190,2 mil. A verba foi remetida para as três entidades via emendas parlamentares de quatro deputados federais do Rio. Todos negam conhecimento sobre as supostas operações.

Em entrevista a membros da CPI, o presidente da Associação de Empregados da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), empresa pública ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia, Luiz Caldeira Brant, disse que técnicos avaliaram como suspeitas as três entidades que receberam o dinheiro. O Idetec já foi contratado pela Fundação Escola Serviço Público (Fesp) e pelo governo do Rio, fato investigado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Os documentos sobre o assunto estão nas mãos do relator-geral da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO). Ele ainda não concluiu as análises. Mas é grande a chance de Lando recomendar investigação profunda.

Um documento mostra esclarecimentos de funcionários da Finep relatando que os funcionários contratados deveriam trabalhar em funções básicas, o que para especialistas não custaria tanto quanto o valor orçado.

Aval do MCT Investigações iniciais indicam que as emendas para as entidades sob suspeita foram liberadas pelos deputados do Rio Josias Quintal (PSB) e Dr. Heleno (PSC), excluídos do relatório da CPI dos Sanguessugas, e Paulo Baltazar (PSB) e João Mendes de Jesus (sem partido), ambos incluídos no relatório. Quintal, que liberou R$ 169 mil para o Ibrae, disse ter obtido informações do Ministério da Ciência e Tecnologia sobre a eficiência do órgão. "Quatro municípios do Rio precisam de recursos para inclusão digital. Liberei via Ibrae, o ministério disse que era o caminho", disse.

Autor da emenda que liberou R$ 349,3 mil para a entidade Amor Pela Vida, Dr. Heleno respondeu, via assessoria, que apura como a entidade investiu o dinheiro. João Mendes de Jesus liberou R$ 747,2 mil para o Idetec. Ele alegou, via assessoria, não ter vínculos com a ONG. Paulo Baltazar liberou R$ 1,6 milhão para o Idetec. "O Ibrae foi avaliado e aprovado para desenvolver o projeto", disse, por e-mail.




Fonte: O Dia

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