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Guatemala inicia ofensiva para destruir plantações de papoula
Centenas de policiais participam de uma operação em todo o Oeste da Guatemala, numa grande varredura para destruir pés de papoula, substância usada para fabricar heroína. As autoridades policiais, porém, duvidam do sucesso no longo prazo da ofensiva antidrogas.
Oitocentos agentes, com o apoio de 200 soldados, estão realizando uma operação de duas semanas para erradicar os campos de papoulas e prender os intermediários do tráfico de drogas da região.
Como forma de apoio a esse esforço, o presidente assinou uma ordem proibindo os habitantes de cinco cidades do departamento de San Marcos, no Oeste do país, a portarem armas ou realizarem reuniões sem permissão e ampliando os direitos dos agentes de realizar buscas.
A área se tornou um grande ponto de embarque de drogas devido ao seu longo litoral próximo à Colômbia, país produtor de cocaína, e sua fronteira com o México.
Os camponeses pobres, porém, têm poucas alternativas ao cultivo de papoula e provavelmente voltarão a replantá-la.
O terreno montanhoso de San Marcos é ideal para a plantação de papoula, e a maioria das estradas da área não é acessível de carro. Um nevoeiro grosso esconde os canyons entre os vulcões de Tacana e Tajumulco todas as tardes, dificultando a monitoração da área por helicópteros do exército.
"Todos os anos aumenta o número de plantas de papoula", disse o inspetor da polícia Hirvin Coloch, que descia a pé uma montanha íngreme para destruir canteiros dessas flores vermelhas plantadas atrás das casas de tijolo e barro.
"Dentro de cinco ou seis dias depois que sairmos daqui, eles vão voltar a plantar", afirmou.
Defensores dos direitos humanos se preocupam com os direitos constitucionais negados pela ordem presidencial e dizem que a operação não passa de um show para garantir que o governo dos EUA ratifique este mês a certificação da Guatemala como parceiro eficiente no combate às drogas.
A reputação desse país centro-americano foi prejudicada no ano passado, quando o principal responsável pelo combate às drogas, Adan Castillo, e assessores próximos a ele, foram presos nos Estados Unidos e acusados de contrabando de drogas.
NÃO DEIXARÃO DE PLANTAR
Nas cinco cidades onde a polícia realiza a operação, 87 por cento da população vive com menos de US$2 por dia, segundo o governador de San Marcos.
Um agricultor com 40 metros quadrados de terra ganha apenas um pouco mais de 500 dólares por ano para cultivar milho, feijão ou batata. O mesmo agricultor pode ganhar aproximadamente 7 mil dólares com o cultivo da papoula.
Os cartéis mexicanos levaram as sementes de papoula para os habitantes locais há mais de uma década. A pasta das flores é processada e transformada em heroína em laboratórios do outro lado da fronteira.
"Não há como garantirmos que as pessoas não vão continuar plantando", disse à Reuters o diretor nacional da polícia, Erwin Sperisen. "Enquanto houver mercados com consumidores dispostos a pagar o que pagam por essas drogas, sempre haverá alguém para preencher a demanda."
Como forma de apoio a esse esforço, o presidente assinou uma ordem proibindo os habitantes de cinco cidades do departamento de San Marcos, no Oeste do país, a portarem armas ou realizarem reuniões sem permissão e ampliando os direitos dos agentes de realizar buscas.
A área se tornou um grande ponto de embarque de drogas devido ao seu longo litoral próximo à Colômbia, país produtor de cocaína, e sua fronteira com o México.
Os camponeses pobres, porém, têm poucas alternativas ao cultivo de papoula e provavelmente voltarão a replantá-la.
O terreno montanhoso de San Marcos é ideal para a plantação de papoula, e a maioria das estradas da área não é acessível de carro. Um nevoeiro grosso esconde os canyons entre os vulcões de Tacana e Tajumulco todas as tardes, dificultando a monitoração da área por helicópteros do exército.
"Todos os anos aumenta o número de plantas de papoula", disse o inspetor da polícia Hirvin Coloch, que descia a pé uma montanha íngreme para destruir canteiros dessas flores vermelhas plantadas atrás das casas de tijolo e barro.
"Dentro de cinco ou seis dias depois que sairmos daqui, eles vão voltar a plantar", afirmou.
Defensores dos direitos humanos se preocupam com os direitos constitucionais negados pela ordem presidencial e dizem que a operação não passa de um show para garantir que o governo dos EUA ratifique este mês a certificação da Guatemala como parceiro eficiente no combate às drogas.
A reputação desse país centro-americano foi prejudicada no ano passado, quando o principal responsável pelo combate às drogas, Adan Castillo, e assessores próximos a ele, foram presos nos Estados Unidos e acusados de contrabando de drogas.
NÃO DEIXARÃO DE PLANTAR
Nas cinco cidades onde a polícia realiza a operação, 87 por cento da população vive com menos de US$2 por dia, segundo o governador de San Marcos.
Um agricultor com 40 metros quadrados de terra ganha apenas um pouco mais de 500 dólares por ano para cultivar milho, feijão ou batata. O mesmo agricultor pode ganhar aproximadamente 7 mil dólares com o cultivo da papoula.
Os cartéis mexicanos levaram as sementes de papoula para os habitantes locais há mais de uma década. A pasta das flores é processada e transformada em heroína em laboratórios do outro lado da fronteira.
"Não há como garantirmos que as pessoas não vão continuar plantando", disse à Reuters o diretor nacional da polícia, Erwin Sperisen. "Enquanto houver mercados com consumidores dispostos a pagar o que pagam por essas drogas, sempre haverá alguém para preencher a demanda."
Fonte:
EFE
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/278013/visualizar/
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