UE dá ao Irã mais duas semanas para esclarecer questão nuclear
A visita de Kofi Annan ao Irã acontece dois dias depois que o órgão de vigilância nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), informou que o governo iraniano não havia cumprido o prazo de 31 de agosto imposto pela ONU para suspender os processos de enriquecimento.
Os Estados Unidos, que acusam o Irã de querer fabricar bombas atômicas, disseram na sexta-feira estarem consultando governos europeus sobre possíveis sanções contra o país, mas a União Européia assinalou que queria ver mais diálogo com o governo iraniano, que afirma que sua atividade atômica tem o objetivo de produzir energia.
O chefe da política externa da União Européia, Javier Solana, se reunirá com o principal negociador nuclear do Irã, Ali Larijani, na próxima semana para tentar esclarecer ambiguidades na resposta de 21 páginas do governo iraniano à oferta das principais potências mundiais de maior cooperação se o país parar as atividades que podem produzir armas atômicas.
Outros ministros da União Européia disseram que Solana faria um relatório sobre as negociações no dia 15 de setembro, em Bruxelas, e concordaram em não tomar nenhuma medida contra o Irã antes desta data.
Até agora o Irã não deu nenhum sinal de que esteja preparado para cumprir com as exigências da comunidade internacional para a abertura de negociações sobre cooperação econômica, tecnológica e política.
O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad continuou desafiador no sábado e, de acordo com a agência estudantil de notícias ISNA, teria dito: "Nossa nação apóia a paz, mas não vai desistir por nada de seu direito à tecnologia nuclear."
Annan deve se reunir no sábado com o ministro iraniano das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki e Larijani, que também é o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã.
UE QUER DIÁLOGO
Na Finlândia, ministros da UE se negaram a falar publicamente das sanções caso Teerã não cumpra com a exigência de interromper o enriquecimento de urânio e ressaltaram a preferência por uma solução por meio do diálogo.
Diplomatas da UE disseram que o prazo de duas semanas foi determinado em grande parte pelo fato de a próxima reunião do grupo estar marcada para o dia 15 de setembro.
A Assembléia Geral da ONU acontece em 19 de setembro, em Nova York, quando líderes mundiais e ministros das relações exteriores devem discutir os próximos passos sobre o Irã.
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