Polícia britânica prende 16 pessoas em operações antiterroristas
Quatorze delas foram presas na última hora desta sexta-feira e durante a madrugada deste sábado na capital britânica pela brigada antiterrorista da Scotland Yard, sob a suspeita de cometerem, prepararem ou instigarem atos terroristas e com base na lei antiterrorista de 2000, informou a Polícia Metropolitana.
Em outra operação, a polícia da chamada Grande Manchester deteve outros dois indivíduos em operações levadas a cabo em casas da cidade.
Os detidos em Londres são suspeitos de "recrutar e incitar outros a participarem de atividades terroristas", segundo a rede britânica "BBC".
As forças da ordem, que não divulgaram nem a identidade nem a nacionalidade dos detidos, destacaram que a operação não está relacionada ao plano para a derrubada de aviões em pleno vôo entre o Reino Unido e os Estados Unidos desarticulado pela Polícia britânica em 10 agosto.
Também não está vinculada aos atentados cometidos em 7 de julho de 2005 contra a rede de transporte de Londres, os quais deixaram 56 mortos --inclusive os quatro terroristas suicidas-- e cerca de 700 feridos, acrescentaram.
Um porta-voz da Scotland Yard se limitou a dizer que "as detenções no sul e no leste de Londres ocorreram após muitos meses de vigilância e investigação".
Doze das detenções foram efetuadas em um restaurante chinês situado na região de Borough Road --sul de Londres-- e freqüentado por muçulmanos, segundo a "BBC".
Cerca de 40 agentes com uniformes antidistúrbios entraram no estabelecimento e obrigaram os vários clientes que estavam no local a se identificarem. O proprietário do restaurante, Madi Blyani, contou que os agentes interrogaram alguns dos fregueses "durante mais de uma ou duas horas" e depois detiveram alguns deles.
Os 14 supostos terroristas detidos em Londres estão agora em uma delegacia do centro da capital, onde serão interrogados.
Um porta-voz do Ministério do Interior disse que o titular da pasta, John Reid, foi "completamente informado do desenvolvimento da operação antiterrorista".
A Scotland Yard também iniciou uma operação em uma escola islâmica do condado de East Sussex (sul da Inglaterra), informou a emissora "BBC".
A instituição em questão, chamada Jameah Islameah, fica situada em uma ampla área rural em uma estrada entre as localidades de Rotherfield e Mark Cross. Segundo seu site, trata-se de um centro islâmico de ensino cujo principal objetivo é "garantir que os estudantes alcancem um maior nível de consciência espiritual, moral e islâmica".
Algumas testemunhas asseguraram que cerca de cem agentes participavam da operação.
Já em Manchester, dois homens foram detidos em operações antiterroristas levadas a cabo em três casas, informou um porta-voz da polícia local. Segundo a fonte, a operação não teve relação com a executada em Londres.
As detenções, efetuadas às 2h (de Brasília), estão ligadas a "uma investigação em curso" iniciada a partir de informações divulgadas pelos serviços secretos, acrescentou o porta-voz, que afirmou que os agentes prosseguiam com as revistas.
Ainda de acordo com a mesma fonte, as operações têm relação com outras efetuadas em 23 de agosto, quando outro suspeito, que continua sob custódia policial, foi detido.
A mobilização da polícia coincide com uma revelação feita pelo chefe da brigada antiterrorista da Scotland Yard, o subcomissário Peter Clarke. Ele disse que a Polícia britânica tenta manter "milhares" de pessoas vigiadas, já que elas podem estar envolvidas direta ou indiretamente em atividades terroristas.
Em uma entrevista à "BBC", que será veiculada domingo, mas cujo conteúdo já foi divulgado pela imprensa, Clarke advertiu que o Reino Unido enfrenta uma "crescente" ameaça terrorista representada por pessoas do próprio país.
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