Desembarque de italianos abre nova missão da ONU no Líbano
Cinco lanchas zodiac, com sete militares a bordo em cada uma, chegaram às 7h30 locais (1h30 de Brasília) à praia de um complexo hoteleiro da cidade, o Rest House, o que representa o primeiro reforço importante em 30 anos de presença internacional no conflituoso sul libanês.
O deslocamento italiano representa o verdadeiro começo da mobilização militar internacional destinada a garantir a paz no sul do Líbano, depois do cessar-fogo de 14 de agosto, que acabou com 34 dias de guerra entre o Exército de Israel e o movimento xiita Hezbollah.
O primeiro contingente de militares italianos foi recepcionado por outros compatriotas entre os capacetes azuis da Força Interina das Nações Unidas (Finul), que está presente no sul do Líbano desde 1978.
"Esta é uma unidade de reconhecimento. Vão controlar as praias, a plataforma marinha e as estradas antes do desembarque do grosso das tropas", disse o porta-voz militar italiano, o tenente Federico Mariani.
Uma centena de militares foram transportados por helicóptero ao Rest House, ao mesmo tempo que um barco de guerra e quatro embarcações de transporte de tropas se posicionavam a dois quilômetros da costa.
No total, 818 militares do regimento San Marco, unidade de elite da Marinha italiana, desembarcaram neste sábado. Dentro de dez dias outros 120 militares chegarão ao Líbano, segundo a Finul. "Eles se deslocarão ao leste de Tiro, ao sul do rio Litani", explicou Mariani. "Não esperamos problemas porque estamos na região em missão de paz e o povo libanês é um povo pacífico."
Cinco barcos de guerra italianos, entre eles o porta-aviões Garibaldi, estão diante das costas do Líbano, com 2.500 militares a bordo, dos quais 1.500 permanecerão nas naves como apoio aos companheiros em terra.
As forças da Finul atualmente mobilizadas no sul do Líbano têm 2.000 homens, que chegarão a 15.000, segundo a resolução 1701 da ONU.
O texto prevê o envio dos militares estrangeiros para o auxílio dos 15.000 soldados mobilizados pelo Exército libanês no sul do país, onde o governo de Beirute não conseguiu impor sua autoridade nos últimos 40 anos.
França e Bélgica
Depois dos 200 militares franceses que chegaram à zona na semana passada, o contingente italiano constitui a espinha dorsal da nova Finul reforçada, que contará com mais de 7.000 oficiais europeus. O Estado-Maior da França anunciou o envio ao Líbano, antes de 15 de setembro, de um batalhão com 900 soldados, além de 13 tanques.
Paris se comprometeu a destacar 2.000 soldados para a Finul, que estará sob seu comando até fevereiro de 2007, quando passará às mãos da Itália, cuja contribuição à força internacional chegará a 3.000 oficiais.
Além disso, uma missão de reconhecimento integrada por três militares belgas partiu neste sábado rumo a Beirute para preparar o posicionamento dos cerca de 400 capacetes azuis que a Bélgica deve enviar ao Líbano a partir de outubro.
Um dos integrantes da missão é Herman Geens, comandante do futuro contingente belga da Força Interina das Nações Unidas para o Líbano (Finul), informou a agência de notícias "Belga". Os militares belgas farão escala em Paris, de onde seguirão para Beirute junto com soldados franceses.
A previsão é que uma nova equipe integrada por cerca de dez homens se una à missão de reconhecimento belga nos próximos dias.
A Bélgica enviará para a Finul 394 capacetes azuis, entre eles especialistas em desativação de minas, engenheiros, pessoal médico e um corpo de proteção. Os soldados belgas se instalarão na mesma região dos militares franceses.
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