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Sábado - 02 de Setembro de 2006 às 01:27
Por: Patricia Neves

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Um telefonema de Fernando Belo, condenado pelo assassinato do empresário Sávio Brandão, para o advogado dele, desmente a versão da fuga dele da Colônia Agrovila de Palmeiras (a 80 km de Cuiabá, em Santo Antônio do Leverger). Na tarde de ontem, ele ligou de um orelhão para o advogado Jorge Godói informando que estava na região e que não havia fugido.

Afirmou ainda, segundo o defensor, que estava disposto a conversar com a imprensa para esclarecer o mal entendido. Apesar das afirmações, o advogado não tinha como provar que ele estava ali. Para confirmar essa nova versão, o superintendente adjunto do sistema prisional, José Carlos de Freitas, tentou chegar à unidade na noite de ontem acompanhando duas equipes de reportagem de A Gazeta, mas em virtude da queda de duas pontes e das dificuldades de acesso por terra à região, só na manhã de hoje é que uma equipe deve se deslocar e confirmar se ele está preso ou não. No local não há contato via celular e nem por rádio, devido a posição geográfica da colônia.

Ainda que estivesse ontem na prisão, uma coisa é certa: Ele não respondeu a uma chamada feita pela direção da unidade na noite de quarta-feira, o que motivou o subdiretor da colônia, Benedito Bispo, a informar à Gerência de Polícia (Gepol) sobre a fuga dele e de mais quatro homens.

A chamada, de acordo com fonte do sistema prisional, foi realizada depois que o juiz da cidade de Santo Antônio do Leverger determinou o recolhimento de três homens ao regime fechado após uma briga. Durante o final de semana houve uma revista e, no fim, três detentos foram agredidos por colegas por terem sido considerados responsáveis pela realização da revista. A direção da unidade trouxe os presos agredidos para Cuiabá e registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia Metropolitana. O documento foi apresentado ao juiz de Santo Antônio, que então determinou o recolhimento em outra unidade prisional dos homens considerados mentores da agressão.

Como a unidade prisional agrícola conta com cerca de três mil hectares, a direção realizou uma espécie de "chamada" entre os 99 reeducandos que deveriam estar presos. Foi então que se descobriu a ausência de cinco presos, entre eles Belo.

Godói, que hoje viaja para fora de Mato Grosso, informou que seu cliente lhe disse que vem sendo vítima de perseguição por parte do diretor adjunto, Benedito Bispo, mas que não dispunha de provas quanto as acusações. O superintendente do sistema prisional, José Carlos, informou desconhecer a informação. O secretário de Justiça e Segurança Pública, Célio Wilson de Oliveira, no final da tarde de ontem, disse que acreditava na versão de que ele estivesse na colônia, mas avaliou que Belo se ausentou e não é possível saber por quanto tempo.




Fonte: A Gazeta

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