Santa Face de Manoppello é venerada por papa
O véu de Manoppello, conservado desde 1606 no mosteiro dos Abbruzzos, representa o rosto de um homem. Os defensores da autenticidade desta imagem lhe atribuem uma origem miraculosa. O rosto de Cristo teria tocado no véu durante seu suplício ou no momento de sua ressurreição.
Professor de história da arte na universidade gregoriana de Roma, o padre jesuíta Henrich Pfeiffer afirma que o rosto do véu de Manoppello coincide perfeitamente com aquele do sudário de Turim, o que leva a supor que as duas imagens "formaram-se ao mesmo tempo": exatamente "nos três dias situados entre o enterro de Jesus e sua ressurreição", afirmou ele.
Os historiadores, baseando-se numa datação com carbono 14 realizada em 1988, estabeleceram que a fabricação do lenço venerado em Turim como aquele que teria envolvido o corpo de Cristo durante seu enterro remontava à Idade Média, entre 1260 e 1390. A revista francesa "Science et Vie" realizou em 2005 um "verdadeiro falso" véu com as técnicas da Idade Média.
Mas o culto em torno do "Santo Sudário" não se dá por vencido e a crença popular encontrou um precioso estímulo com o nascimento de uma nova disciplina, a "sindologia", uma palavra derivada do termo latino para "sudário".
Os "sindólogos" contestam as condições em que foram feitas as datações do carbono 14 e asseguram que vários indícios (traços de pólen e de sangue) pesam a favor da autenticidade da relíquia.
Segundo os "sindólogos", a imagem do Cristo poderia ter sido impressa sobre o tecido durante o "flash" da Ressurreição.
A imagem do sudário e aquela do véu de Manopello "são as duas únicas verdadeiras imagens do Cristo, imagens que não foram feitas pela mão do homem", assegurou o padre Pfeiffer.
Uma outra relíquia, chamada "o véu de Verônica" (nome derivado da expressão "vera icon", verdadeiro ícone), remonta ao século VIII e é conservada no Vaticano.
A hierarquia da Igreja católica sempre teve uma atitude prudente em relação às relíquias de Cristo. Não chega a transformá-las num elemento de fé, mas também não desestimula a religiosidade que as cerca.
Bento XVI não se pronunciou nesta sexta-feira sobre a autenticidade do véu de Manoppello, ao qual chamou de "ícone", insistindo sobre a necessidade de ter "as mãos inocentes e o coração puro" para "entrar em comunhão com Cristo e descobrir seu rosto".
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