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Bebidas alcoólicas estão relacionadas a 21% dos acidentes no trânsito
Estudo realizado pelo Ministério da Saúde em hospitais públicos, que acaba de ser concluído, revela que o consumo do álcool tem forte impacto nos atendimentos de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS). O levantamento aponta que uma em cada cinco vítimas de trânsito atendidas nos prontos-socorros brasileiros ingeriram bebida alcoólica. O estudo também mostra que 49% das pessoas que sofreram algum tipo de agressão consumiram bebida alcoólica. As principais vítimas são homens com idade entre 20 e 39 anos.
Os dados fazem parte do VIVA (Vigilância de violências e acidentes), estudo realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde em 71 hospitais que realizam atendimentos de urgência e emergência pelo SUS. Foram ouvidas 47 mil pessoas em todas as capitais e no Distrito Federal. Os dados foram coletados em 2011 e analisados no ano passado.
O levantamento revela que entre as pessoas envolvidas em acidentes de trânsito, 22,3% dos condutores, 21,4% dos pedestres e 17,7% dos passageiros apresentavam sinais de embriaguez ou confirmaram consumo de álcool. Entre os atendimentos por acidentes, a faixa etária mais prevalente foi a de 20 a 39 anos (39,3%).
As vítimas mais acometidas por agressões estão nessa mesma faixa etária - 20 a 39 anos - e representam 56% dos casos. Em 2011, 28.352 homens com idade entre 20 a 39 anos foram assassinados e 16.460 perderam a vida no trânsito, o que corresponde a quase metade de óbitos registrados nesta faixa etária, 31,5% e 18,3%, respectivamente.
O VIVA também mostra que a proporção do consumo de bebida alcoólica entre os pacientes homens foi bem superior ao das mulheres: 54,3% dos homens que sofreram violência e 24,9% dos que sofreram acidente de trânsito tinham ingerido álcool, enquanto os índices entre as pessoas do sexo feminino foram de 31,5% e 10,2%, respectivamente.
O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, alertou que 78,3% das vítimas que não ingeriram bebida alcoólica receberam alta logo após o atendimento de urgência e emergência. Entre os que beberam, esse número cai para 66,2%. "Quando a gente vai para os números de internação é o contrário: bem mais pessoas que tinham ingerido bebida alcoólica (24,9%) têm como desfecho a hospitalização, comparado com quem não consumiu bebida alcoólica (14,8%)", explicou.
O ministro em exercício das Cidades destacou que a Lei Seca, em vigor no país desde 2008, já começa a incitar mudanças significativas, como a redução de 24% das mortes no período do Carnaval 2013 (comparado ao do ano anterior). "Temos uma guerra no trânsito e isso tem de acabar. Fiscalização, legislação efetiva e ações de conscientização são importantes para termos um trânsito seguro", destacou Macedo.
Para apoiar estados e municípios a orientar condutores sobre o risco da combinação entre o álcool e direção, o Ministério da Saúde desenvolve o Projeto Vida no Trânsito. As cinco capitais brasileiras que participam do projeto (Curitiba, Teresina, Belo Horizonte, Campo Grande e Palmas) reduziram, entre 2009 e 2011, o percentual de atendimentos de vítimas de acidentes alcoolizadas nas emergências dos prontos-socorros.
Uma das ações do projeto Vida no Trânsito é a qualificação dos sistemas de informação sobre acidentes, feridos e vítimas fatais. Com o banco de dados atualizado, os gestores de saúde podem identificar os fatores de risco e os grupos de vítimas mais vulneráveis nos respectivos municípios, assim como os locais onde o risco de acidente é maior.
Em setembro de 2012, o Ministério autorizou o repasse de R$ 12,8 milhões para os 26 estados, o Distrito Federal, todas as capitais, além de Guarulhos e Campinas. No total, foram cerca de R$ 25 milhões para as ações do Projeto Vida no Trânsito.
Fonte:
Só Notícias com assessoria
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