Rússia diz que sanções ao Irã são "beco sem saída"
"Temos que levar em conta a experiência do passado e não podemos nos aliar a ultimatos, que sempre levaram a um beco sem saída", disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, segundo a agência de notícias Interfax.
"Sim, há países cujas políticas levantam dúvidas e causam descontentamento, mas todos vivemos no mesmo mundo e precisamos... levá-los ao diálogo, e não ao isolamento e sanções", acrescentou.
Países ocidentais, incluindo os Estados Unidos e a União Européia, temem que Teerã esteja usando seu programa de pesquisa nuclear para encobrir tentativas de fabricar bombas atômicas. O Irã afirma que pretende gerar apenas energia elétrica.
Lavrov, que fez os comentários em discurso no Instituto de Assuntos Estrangeiros de Moscou, não mencionou o Irã, mas deixou claro que referia-se a esta disputa.
Um relatório confidencial da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse que o Irã retomou em 24 de agosto o processamento de urânio.
"O Irã não suspendeu suas atividades relacionadas ao enriquecimento (de urânio)", disse o relatório da agência com sede em Viena, e que vazou para a Reuters na quinta-feira.
O texto diz também que o Irã não mostrou transparência suficiente sobre seu programa nuclear "para remover as incertezas associadas a algumas de suas atividades".
O Conselho da ONU não deverá começar a debater as sanções até o final do encontro UE-Irã. Um diplomata da UE disse que o chefe da política exterior do bloco, Javier Solana, quer encontrar-se com o negociador nuclear do Irã, Ali Larijani, em Berlim na terça-feira.
Comentários