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Polícia chega a quadrilha que lesa aposentados
Após dois meses de investigações, policiais da Delegacia de Defraudações começaram a desmantelar quadrilha acusada de lesar dezenas de pessoas, a maioria aposentados. O 'golpe dos títulos' era aplicado pela empresa American Tour Club, que tem escritório no prédio da representação da gerência regional do INSS no Rio, na rua 13 de Maio, Centro. Três mulheres foram presas, entre elas a filha da empresária Cláudia Márcia de Souza Gomes, apontada como chefe do esquema e dona de fortuna avaliada pelos agentes em R$ 50 milhões.
A operação começou às 6h, a quase 130 quilômetros do Rio, no luxuoso condomínio Vale dos Eucaliptos, no Parque do Imbuí, em Teresópolis. Com mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz Jorge Luiz Lecq D'Oliveira, da 38ª Vara Criminal, os policiais entraram na mansão e apreenderam documentos comprovando a ligação de Cláudia Márcia com a American Tour.
A empresária não foi localizada pela polícia. "Ela não tem justificativa para um patrimônio desse que não seja fraude", afirmou o delegado Fernando Vila Pouca.
Lavagem de dinheiro
Pouco depois da 7h, Maurílio Gonçalves Nascimento Júnior, 18 anos, filho de Cláudia, chegou em casa com um policial militar que faz sua segurança. Na revista à mansão, foi encontrada caixa de munição calibre 38, e o rapaz teve de pagar fiança de R$ 1,5 mil para não ir para a cadeia.
Sua irmã, Camylla de Souza Gomes Nascimento, 21 anos, estava na faculdade e foi presa no intervalo das aulas. Ela responderá por lavagem de dinheiro, já que é a proprietária do Hotel Fazenda CSGN, também em Teresópolis, que há três anos não recebe hóspedes, mas é onde, segundo a polícia, a família investe o dinheiro dos lesados pela American Tour.
A empresa aplicava golpes pelo menos desde 2002. Quatro inquéritos já haviam sido instaurados para investigar o esquema, mas só este ano policiais conseguiram provas contra a quadrilha. Em apenas um inquérito, há uma relação 97 lesados em quantias que vão de R$ 3 mil a R$ 500 mil.
Com uma lista de possíveis 'clientes', 'vendedores' ofereciam títulos de empresas ou clubes ¿ muitos deles já falidos. Depois do negócio ser concretizado, anunciavam a valorização dos papéis e diziam que havia o interesse de compra de empresas estrangeiras.
A vítima, então, desembolsava nova importância para 'regularizar' a documentação. Na hora de receber rendimentos, descobriam que os títulos eram falsos. Cadastros com nomes dos lesados eram obtidos com outras empresas que vendem títulos, como Global Tour, Mares do Sul Hotéis e Camping Club.
Linhas clonadas de instituto
Pouco depois das 10h, no Rio, outra equipe da Defraudações lacrou a sede da American Tour, que ocupa andar inteiro no prédio do Centro. Lá, foram presas a supervisora de 'vendas' Romana Aragão Magalhães dos Santos e a funcionária executiva Adriana Cunha dos Santos, ambas de 36 anos, acusadas de estelionato.
A investigação contou com o apoio do Ministério Público e da Polícia Federal. Os agentes descobriram que a empresa havia clonado as linhas telefônicas do INSS, que funciona no edifício. "Assim, o serviço de telemarketing deles ligava à vontade para os clientes e a conta ia sempre para o INSS", explicou o delegado.
Enquanto os policiais recolhiam milhares de títulos e apreendiam computadores e até cheques - um deles no valor de R$ 3 milhões, usado para enganar as vítimas com a falsa promessa de que receberiam fortunas -, mais de 20 pessoas apareceram no prédio para se queixar do golpe.
A dona-de-casa Márcia Souza Palmeira, 57 anos, gastou R$ 10 mil na esperança de seus títulos valerem R$ 163 mil. O motorista Lindomar Rachel, 30 anos, desembolsou R$ 4 mil e esperava receber R$ 10 mil. Já um garçom, de 28 anos, contou ter juntado R$ 10 mil durante dois anos pensando que ganharia R$ 66 mil.
"As somas prometidas com a valorização desses títulos são irreais. São oferecidos lucros exorbitantes que não existem e as pessoas têm de ter cuidado com isso", alertou Vila Pouca.
Imóvel avaliado em R$ 3 milhões
A mansão do Vale dos Eucaliptos é um dos mais de 30 imóveis da empresária Cláudia Márcia de Souza Gomes. Segundo corretores, a casa está avaliada em mais de R$ 3 milhões. São dois andares meticulosamente pintados de branco. Até as telhas. Algumas paredes são de vidro. Num condomínio com segurança 24 horas e onde só moram milionários, a tranqüilidade é garantida. À disposição dos moradores há um clube com enorme piscina, duas quadras de tênis e campo de futebol.
Uma visita por dentro da casa justifica porque vale tanto dinheiro. O jardim, cuidado diariamente por um dos três empregados, já impressiona. Há TVs de plasma espalhadas pelos cômodos, um home theater e quatro quartos gigantescos, com banheiro e closet em cada um.
Obras de arte, lustres de cristal e um chão de vidro enfeitam a sala. O resto do piso da casa é dividido: os corredores são de mármore e os quartos, de tábua corrida. Há ainda uma churrasqueira interna, ao lado de uma jacuzzi. Na garagem, além da bela casinha para o cachorro, três automóveis: um Audi A-4, uma Pajero Sport e uma picape S-10.
No mesmo condomínio, Cláudia é dona de outra casa, em estilo colonial. Só que o luxo é o mesmo. Seis quartos, seis banheiros, hidromassagem, churrasqueira.
A operação começou às 6h, a quase 130 quilômetros do Rio, no luxuoso condomínio Vale dos Eucaliptos, no Parque do Imbuí, em Teresópolis. Com mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz Jorge Luiz Lecq D'Oliveira, da 38ª Vara Criminal, os policiais entraram na mansão e apreenderam documentos comprovando a ligação de Cláudia Márcia com a American Tour.
A empresária não foi localizada pela polícia. "Ela não tem justificativa para um patrimônio desse que não seja fraude", afirmou o delegado Fernando Vila Pouca.
Lavagem de dinheiro
Pouco depois da 7h, Maurílio Gonçalves Nascimento Júnior, 18 anos, filho de Cláudia, chegou em casa com um policial militar que faz sua segurança. Na revista à mansão, foi encontrada caixa de munição calibre 38, e o rapaz teve de pagar fiança de R$ 1,5 mil para não ir para a cadeia.
Sua irmã, Camylla de Souza Gomes Nascimento, 21 anos, estava na faculdade e foi presa no intervalo das aulas. Ela responderá por lavagem de dinheiro, já que é a proprietária do Hotel Fazenda CSGN, também em Teresópolis, que há três anos não recebe hóspedes, mas é onde, segundo a polícia, a família investe o dinheiro dos lesados pela American Tour.
A empresa aplicava golpes pelo menos desde 2002. Quatro inquéritos já haviam sido instaurados para investigar o esquema, mas só este ano policiais conseguiram provas contra a quadrilha. Em apenas um inquérito, há uma relação 97 lesados em quantias que vão de R$ 3 mil a R$ 500 mil.
Com uma lista de possíveis 'clientes', 'vendedores' ofereciam títulos de empresas ou clubes ¿ muitos deles já falidos. Depois do negócio ser concretizado, anunciavam a valorização dos papéis e diziam que havia o interesse de compra de empresas estrangeiras.
A vítima, então, desembolsava nova importância para 'regularizar' a documentação. Na hora de receber rendimentos, descobriam que os títulos eram falsos. Cadastros com nomes dos lesados eram obtidos com outras empresas que vendem títulos, como Global Tour, Mares do Sul Hotéis e Camping Club.
Linhas clonadas de instituto
Pouco depois das 10h, no Rio, outra equipe da Defraudações lacrou a sede da American Tour, que ocupa andar inteiro no prédio do Centro. Lá, foram presas a supervisora de 'vendas' Romana Aragão Magalhães dos Santos e a funcionária executiva Adriana Cunha dos Santos, ambas de 36 anos, acusadas de estelionato.
A investigação contou com o apoio do Ministério Público e da Polícia Federal. Os agentes descobriram que a empresa havia clonado as linhas telefônicas do INSS, que funciona no edifício. "Assim, o serviço de telemarketing deles ligava à vontade para os clientes e a conta ia sempre para o INSS", explicou o delegado.
Enquanto os policiais recolhiam milhares de títulos e apreendiam computadores e até cheques - um deles no valor de R$ 3 milhões, usado para enganar as vítimas com a falsa promessa de que receberiam fortunas -, mais de 20 pessoas apareceram no prédio para se queixar do golpe.
A dona-de-casa Márcia Souza Palmeira, 57 anos, gastou R$ 10 mil na esperança de seus títulos valerem R$ 163 mil. O motorista Lindomar Rachel, 30 anos, desembolsou R$ 4 mil e esperava receber R$ 10 mil. Já um garçom, de 28 anos, contou ter juntado R$ 10 mil durante dois anos pensando que ganharia R$ 66 mil.
"As somas prometidas com a valorização desses títulos são irreais. São oferecidos lucros exorbitantes que não existem e as pessoas têm de ter cuidado com isso", alertou Vila Pouca.
Imóvel avaliado em R$ 3 milhões
A mansão do Vale dos Eucaliptos é um dos mais de 30 imóveis da empresária Cláudia Márcia de Souza Gomes. Segundo corretores, a casa está avaliada em mais de R$ 3 milhões. São dois andares meticulosamente pintados de branco. Até as telhas. Algumas paredes são de vidro. Num condomínio com segurança 24 horas e onde só moram milionários, a tranqüilidade é garantida. À disposição dos moradores há um clube com enorme piscina, duas quadras de tênis e campo de futebol.
Uma visita por dentro da casa justifica porque vale tanto dinheiro. O jardim, cuidado diariamente por um dos três empregados, já impressiona. Há TVs de plasma espalhadas pelos cômodos, um home theater e quatro quartos gigantescos, com banheiro e closet em cada um.
Obras de arte, lustres de cristal e um chão de vidro enfeitam a sala. O resto do piso da casa é dividido: os corredores são de mármore e os quartos, de tábua corrida. Há ainda uma churrasqueira interna, ao lado de uma jacuzzi. Na garagem, além da bela casinha para o cachorro, três automóveis: um Audi A-4, uma Pajero Sport e uma picape S-10.
No mesmo condomínio, Cláudia é dona de outra casa, em estilo colonial. Só que o luxo é o mesmo. Seis quartos, seis banheiros, hidromassagem, churrasqueira.
Fonte:
Terra
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/278509/visualizar/
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