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Nacional
Sexta - 01 de Setembro de 2006 às 05:29

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Investigações da Polícia Federal (PF) indicam que o grupo denunciado pelo Ministério Público (MP) por fraude em licitações para a compra de medicamentos no Ministério da Saúde negociou fraudes em mais oito órgãos públicos, no mínimo. A Operação Vampiro, da PF, encontrou indícios de tráfico de influência na Petrobras, BR Distribuidora e na Infraero, além dos ministérios das Comunicações e Previdência, INSS, Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), Secretaria de Saúde do Distrito Federal e no fundo de pensão da Eletrobrás, o Nucleos.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, que teve acesso ao teor das investigações, que incluem escutas telefônicas, os pivôs dos contatos são os lobistas Frederico Coelho Neto, o Lilico (irmão do deputado Luiz Antônio Fleury, do PTB paulista), Eduardo Pedrosa e Laerte Correa Júnior.

As conversas flagradas pela PF envolvendo os três lobistas se deram entre janeiro e março de 2004. Nos diálogos, eles mostram ter conhecimento da agenda de dirigentes e técnicos de órgãos federais e estaduais e negociam contratos com a iniciativa privada. Pedrosa e Correa não foram localizados pela reportagem para comentar as denúncias.

"Acho que não tem problema nenhum, desde que você não esteja burlando nem vá burlar a lei de licitações", afirmou. Contatadas, as assessorias da BR Distribuidora e da Infraero negaram qualquer irregularidade.

Lilico nega que tenha cobrado comissão por intermediar negócios ilegais e desmente a prática de tráfico de influência, mas admite que agendou reuniões na BR Distribuidora para negociar projeto para a implantação de um chip nas bombas de combustível capaz de registrar o consumo de cada veículo. Ele também afirmou que tinha amigos no IRB e na Infraero.

De acordo com a PF, havia dois grupos de lobistas atuando no Ministério da Saúde - um ligado ao ex-ministro Humberto Costa e comandado por Jaisler Jabour, citado no caso da máfia dos sanguessugas, e outro vinculado ao ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, supostamente chefiado por Correa Júnior.

Em uma das conversas gravadas em poder da PF, datada de fevereiro de 2004, Lilico sugere a Correa: "Vamos juntar nossos 'feelings', o seu para o mercado e o meu da sacanagem?".




Fonte: Terra

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