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Internacional
Quinta - 31 de Agosto de 2006 às 10:05

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Pela terceira vez em menos de um ano e a dois meses das eleições para o Congresso dos Estados Unidos, o presidente George W. Bush lançou uma nova campanha para responder à insatisfação popular com a guerra no Iraque. A campanha consiste de uma série de discursos "apolíticos", segundo o dirigente norte-americano.

O primeiro desses pronunciamentos deve ser proferido na quinta-feira, na convenção anual da Legião Americana em Salt Lake City. Durante setembro, mês que marca cinco anos dos ataques de 11 de setembro de 2001, Bush deve insistir nos temas da guerra no Iraque e da segurança nacional.

O presidente pousou em Salt Lake City na noite de quarta-feira para realizar um comício com jeito de campanha. Do evento, participaram cerca de 2.000 pessoas, muitas delas segurando cartazes em que se lia "Utah ama o presidente Bush" e "Nós amamos você". Salt Lake City fica no Estado de Utah.

Bush falou de uma plataforma, repetindo mais uma vez que os EUA não podem abandonar o Iraque. "Vamos continuar nesse curso, vamos ajudar essa jovem democracia iraquiana a ter sucesso", afirmou.

Diante do recrudescimento da violência no Iraque, nos últimos meses, Bush deve reconhecer, na quinta-feira, "que atravessamos um momento delicado", revelou Dana Perino, porta-voz da Casa Branca. Mas o presidente falará sobre a guerra do Iraque dentro do contexto mais amplo da "guerra contra o terror", afirmou.

O Partido Democrata (oposição) pressiona para que o governo fixe um cronograma de retirada das forças norte-americanas do país árabe. Mas Bush argumenta que uma saída prematura fortalecerá a Al Qaeda e deixará os norte-americanos mais vulneráveis a um outro ataque terrorista.

O Iraque transformou-se em um dos principais assuntos do período que antecede as eleições para o Congresso nos EUA, previstas para novembro. Os democratas esperam conquistar o controle de ao menos uma das casas do Congresso e muitos acreditam que a desilusão com a guerra aumenta suas chances de fazê-lo.

A oposição e o Partido Republicano (governista) trocam acusações sobre a politização do debate a respeito do conflito no Iraque.

Bush, que visitou Little Rock (no Estado de Arkansas), a fim de angariar fundos para a campanha da candidata a governadora Asa Hutchinson, rejeitou haver qualquer relação entre a disputa política e a série de discursos sobre o Iraque.

DISCURSOS ''APOLÍTICOS''

"Esses não são discursos políticos. São discursos sobre o futuro deste país. São discursos para deixar claro que, se recuarmos antes de completarmos esta missão, este país correrá riscos ainda maiores", afirmou Bush.

"Atravessamos um momento importante e espero, sinceramente, que as pessoas não politizem as questões sobre as quais vou falar", acrescentou.

Mais tarde, o presidente voltou a abordar o tema da guerra em um evento em Nashville, Tennessee, para arrecadar fundos para a campanha ao Senado de um candidato republicano.

"Há muita coisa em jogo no Iraque", disse Bush, advertindo que uma retirada prematura faria com que os militantes "nos sigam até aqui".

O secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, fez um discurso semelhante na terça-feira. E foi mais longe, fazendo um paralelo entre os críticos da guerra e os que defendiam entrar em um acordo com os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Rumsfeld deu suas declarações diante da mesma Legião Americana que o presidente deve visitar na quinta-feira.

A comparação deixou indignados os democratas. "Nós, democratas, queremos travar uma guerra muito contundente contra o terror", afirmou Charles Schumer, senador pelo Estado de Nova York. "Ninguém está falando para não fazermos tudo o que for possível a fim de garantir a vitória na guerra contra o terror".

Os índices de popularidade de Bush rondam a casa dos 30 por cento. Para muitos integrantes do Partido Republicano, o presidente tornou-se um obstáculo. Ainda assim, as melhores notas dadas pelos eleitores aparecem quando se trata da forma como o dirigente vem conduzindo a "guerra contra o terror".

Segundo Perino, o discurso do presidente na Legião Americana explicará "as raízes do embate ideológico na falta de liberdade no Oriente Médio" e enfatizará os planos de Bush de incentivar a democracia naquela região.





Fonte: EFE

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