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Internacional
Quarta - 30 de Agosto de 2006 às 16:00

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Apesar de não ter sido incluída no programa de um possível segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a usina nuclear de Angra 3 deverá ser construída, afirmou o presidente da Eletrobrás, Aloisio Vasconcelos. Segundo ele, a obra tem apoio de nove de 11 ministros de Estado ligados ao assunto.

"A decisão é política e estou esperançoso que saia em algum momento entre 1o de outubro e 31 de dezembro", declarou Vasconcelos, sugerindo que a confirmação do empreendimento virá após as eleições.

Ele não quis informar quais seriam os ministros contrários à idéia, mas descartou o da Fazenda, Guido Mantega. "Não é ele", afirmou Vasconcelos ao ser indagado sobre se Mantega seria o opositor.

"Já fizemos estudos ambientais, econômicos, de tarifas...a usina é viável e não se pode desprezar 1.400 megawatts", complementou. No programa para o segundo mandato de Lula, divulgado na terça-feira, constam as duas usinas hidrelétricas do complexo de Rio Madeira, em Rondônia, e a usina de Belo Monte, no Pará, dois projetos também considerados prioritários pelo presidente da Eletrobrás para garantir a segurança do sistema.

"As duas usinas de Rio Madeira são fundamentais para o país...precisamos conseguir este ano a licença ambiental para fazer o leilão e definir o grupo que vai construir", destacou.

O complexo de Rio Madeira é formado pelas usinas de Jirau e Santo Antonio e vão gerar 6,5 mil megawatts para o sistema. Segundo Vasconcelos, se o Brasil crescer 4 por cento ao ano, como o previsto pelo governo, vai precisar acrescentar ao sistema pelo menos mais 6 mil megawatts por ano.

FALTA DE LICENÇA

A dificuldade em obter licenças ambientais para os projetos pode, no entanto, travar as obras, ressaltou Vasconcelos, colocando em risco o abastecimento de energia.

"Ou vamos ter que dar um soco na mesa ou esse pessoal do meio ambiente vai parar o país...tem que se encontrar uma solução", disparou o presidente da Eletrobrás em almoço com executivos de finanças no Rio de Janeiro.

Além dessas usinas, a Eletrobrás prevê concorrer por outros empreendimentos nos leilões de energia promovidos pelo governo e estima investir mais de 6 bilhões de reais em 2007, contra os 5,2 bilhões de reais previstos para este ano. Em 2008, o desembolso deve ultrapassar 7 bilhões de reais.

"Não podemos dar detalhes sobre como serão gastos esses recursos porque ainda não sabemos o que vamos ganhar no leilão de energia previsto para outubro", explicou.

Em campanha para se tornar "uma nova Petrobras" no mercado, a empresa aguarda para o final deste ano a aprovação da sua atuação no exterior, o que hoje é feito apenas por meio das suas subsidiárias.

Um primeiro passo para o novo papel da companhia seria a assinatura de um contrato de gestão com o governo, a exemplo do que ocorreu com a Petrobras para simplificar a burocracia exigida em empresas estatais, mas que foi barrado recentemente pelo Tribunal de Contas da União.

"Mas vamos conseguir isso, ele (TCU) não concordou mas vai concordar", afirmou, lembrando que até dezembro será publicado o primeiro plano estratégico da estatal, onde novas metas serão apresentadas.





Fonte: Reuters

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