SP sofre novos ataques; governador minimiza ações
O governador Cláudio Lembo (PFL) classificou as ações como amadoras e que, por isso, a polícia acreditava que talvez não fossem atentados do Primeiro Comando da Capital (PCC).
"Sobre a noite de ontem, não nos preocupou. Já fizemos todas as perícias, todas as análises. Confesso que não há uma preocupação maior", disse o governador a jornalistas na manhã de quarta-feira.
Lembo descartou a ligação dos incidentes com a transferência dos presos. "Foi absolutamente normal, até para a segurança e conforto dos presos", afirmou.
Desde a noite de terça-feira, três agências bancárias foram alvos de ataques, duas na capital e outra em Ribeirão Preto. Na mesma cidade do interior, o Centro de Detenção Provisória foi atacado.
Em São Bernardo do Campo, na região metropolitana, uma base da Polícia Militar foi alvo de disparos. Em Santos, no litoral paulista, homens armados em uma motocicleta atiraram contra o vigia de uma escola.
Na tarde desta quarta-feira, autoridades federais e estaduais da área de segurança participam de uma reunião do Gabinete de Gestão Integrada (GGI), marcada desde a semana passada, sobre integração dos esforços de inteligência para conter o crime no Estado.
TRANSFERÊNCIA DE PRESOS
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), 76 presos em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) —entre eles, líderes de facções criminosas— foram levados para a penitenciária de Avaré, no começo da tarde de terça-feira.
"A transferência é temporária. A penitenciária de Presidente Bernardes será reformada", disse um assessor de comunicação da SAP. Segundo ele, serão realizadas alterações para tornar o presídio mais seguro. Com o término das obras, os presos retornarão à penitenciária.
Os novos ataques fez com que o Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) colocasse em alerta todas as divisões e reforçasse a segurança nas delegacias da capital.
O Estado já registrou três ondas de violência lideradas pelo crime organizado desde maio, a última neste mês. Desde a primeira, cerca de 200 pessoas morreram, entre agentes de segurança (policiais, guardas municipais e agentes penitenciários) e pessoas suspeitas de envolvimento nos ataques.
No início desta semana, panfletos fazendo apologia à facção criminosa que liderou as ondas de violência no Estado desde maio foram distribuídos em diversas regiões de São Paulo.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, três adolescentes suspeitos de 20, 15 e 16 anos foram pegos entregando os textos na zona leste e dentro do metrô Patriarca. Os panfletos foram entregues ao Instituto de Criminalística para verificar a autoria.
O Primeiro Comando da Capital completa 13 anos na quinta-feira, segundo o pesquisador e jornalista Carlos Amorim, autor de dois livros sobre crime organizado no Brasil. A facção foi formado em 31 de agosto de 1993, após uma partida de futebol no presídio de Taubaté.
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