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Internacional
Quarta - 30 de Agosto de 2006 às 14:46

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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prestou solidariedade à Síria na quarta-feira, em sua luta contra Israel e contra os Estados Unidos, e previu a derrocada do "imperialismo norte-americano".

Chávez, que faz duras críticas à política externa dos Estados Unidos, também disse que vai pedir um lugar na primeira fila se o presidente George W. Bush aceitar o convite feito pelo presidente do Irã para um debate pela TV, e acrescentou que vai torcer para o iraniano.

"A Síria e a Venezuela têm em comum as mesmas posições firmes e a resistência ao imperialismo e à agressão imperialista", disse Chávez numa entrevista coletiva depois de se reunir em Damasco com o presidente sírio, Bashar al-Assad. Chávez falou em espanhol, com a tradução de um intérprete árabe.

"Esta era vai testemunhar o fim do imperialismo americano", disse ele, apontando com uma caneta de laser para um mapa múndi mostrando os países em que Washington já interveio militarmente ou cujos governos ajudou a derrubar nos últimos 50 anos.

Chávez denunciou o que chamou de "crimes nazistas" cometidos por Israel no Líbano durante a guerra deflagrada em julho, e disse que o Estado judeu deveria retirar suas tropas do território libanês e também das Colinas do Gólã, área que capturou da Síria em 1967.

"Nada se compara aos crimes nazistas que Israel cometeu no Líbano e contra os palestinos", disse Chávez, que chegou à Síria na noite de terça-feira, proveniente da Malásia.

A popularidade de Chávez cresceu enormemente no mundo árabe depois de ele ter retirado o encarregado diplomático por Israel em protesto contra a ofensiva israelense no Líbano. Ele também ameaçou romper relações diplomáticas com Israel.

Sobre o desafio do presidente iraniano a Bush para um debate pela TV, Chávez disse: "Gostaria de sentar na primeira fila e ver Ahmadinejad nocautear Bush."

A Casa Branca chamou a proposta de uma manobra para desviar a atenção da questão nuclear iraniana. O Conselho de Segurança da ONU deu até quinta-feira para que o Irã suspenda o programa de enriquecimento de urânio, sob pena de enfrentar sanções.

Ahmadinejad já chocou o Ocidente com declarações como a de que Israel deveria ser "varrido do mapa". Ele tem mantido um relacionamento bem próximo com o líder venezuelano, que foi a Teerã no mês passado.

O ex-pára-quedista Chávez já cortejou outros líderes anti-EUA, de Belarus a Cuba, tentando criar uma coalizão global contra o "imperialismo".

Na quarta-feira, Venezuela e Síria também assinaram uma série de acordos de cooperação em setores que vão da agricultura ao petróleo.

Os Estados Unidos impuseram sanções à Síria em 2004, por um suposto apoio ao terrorismo.





Fonte: Reuters

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