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Internacional
Quarta - 30 de Agosto de 2006 às 11:29

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O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, evitou responder hoje à exigência do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, de que Israel deve acabar com o bloqueio aéreo e marítimo ao Líbano, e afirmou que espera que a resolução 1.701 do conselho de segurança das Nações Unidas seja aplicada plenamente.

Annan reiterou hoje, em entrevista coletiva feita junto com Olmert, sua exigência de que Israel acabe com o cerco ao Líbano e lembrou a importância da atitude para a recuperação da economia do país árabe e para o reforço da presença do Governo libanês em todo o seu território.

O secretário-geral da ONU afirmou que as autoridades libanesas lhe deram garantias de que estão tomando as medidas necessárias para frear o contrabando de armas.

Israel vem reiterando desde que foi estipulado o cessar-fogo que não acabaria com o bloqueio até que fossem posicionadas as tropas internacionais na fronteira entre Líbano e a Síria para impedir o abastecimento de armas para a milícia xiita Hisbolá.

Hoje, em entrevista coletiva conjunta, o primeiro-ministro israelense não respondeu às exigências de Annan para o levantamento do cerco. Quando foi perguntado sobre o assunto por um jornalista, Olmert pediu somente que a resolução do Conselho de Segurança da ONU 1.701 fosse aplicada plenamente.

A resolução foi importante para o estabelecimento do cessar-fogo entre Israel e Líbano, que começou no último dia 14.

"A comunidade internacional não pode perder sua atenção" até que o objetivo final seja alcançado, disse o primeiro-ministro israelense.

Olmert afirmou que espera que o acordo de cessar-fogo seja o começo de uma nova realidade para Israel e Líbano.

"Espero que as condições mudem rapidamente, que permitam um contato direto entre o Governo de Israel e o Governo do Líbano para que alcancemos, espero, um acordo entre os dois países", acrescentou.

Por sua vez, Annan reiterou seu compromisso em fazer tudo o que for necessário para que os três soldados israelenses capturados pelo Hisbolá no Líbano e pelo Hamas na Palestina sejam libertados.

"Eu também sou marido e pai e entendo a dor das famílias", disse o secretário.

Annan disse nesta manhã que, em sua visita ao Líbano, exigiu que as autoridades libanesas libertassem imediata e incondicionalmente os soldados israelenses. Ele afirmou que está convencido da real vontade do Líbano em resolver o assunto.

O secretário-geral da ONU disse que, em sua opinião, os dois soldados capturados pelo Hisbolá no dia 12 de julho continuam vivos.

"Durante minha estadia no Líbano, falei sobre o assunto com os mais altos dirigentes do do país e com ministros do Hisbolá no Governo e não tenho nenhuma razão para pensar que eles não continuam vivos", afirmou.

Annan também expressou seu compromisso em fazer tudo o que for possível para possibilitar a aplicação completa da resolução 1.701 da ONU e disse estar satisfeito com a decisão dos países europeus de enviar soldados para as forças de interposição da ONU no Líbano, cujo posicionamento deve ocorrer antes da retirada das tropas israelenses do sul do país árabe.

Após uma reunião na noite desta terça-feira com o ministro da Defesa israelense, Amir Peretz, Annan afirmou que Israel era, até o momento, o responsável pela maioria das violações do cessar-fogo.

Em resposta a uma pergunta sobre sua visita a Teerã, Annan afirmou que "as declarações (contra Israel) do presidente do Irã (Mahmoud Ahmadinejad) são inaceitáveis".

"Israel é um membro da comunidade internacional reconhecido pela ONU e tem direito à segurança", disse.

O secretário-geral da ONU afirmou que tem muito que falar com o dirigente iraniano e que, em seu cargo, a única coisa que pode fazer é agir por meio do diálogo.

Após a visita a Israel, onde se reuniu também com o vice-primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, e com o ministro da Defesa, Amir Peretz, Annan se dirige aos territórios palestinos para se encontrar com o presidente palestino, Mahmoud Abbas.





Fonte: EFE

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