Chávez e Assad tentam lançar bases de cooperação e atacam EUA
Segundo a agência síria de notícias, "Sana", os dois líderes anunciaram a intenção após a chegada de Chávez à Síria, em sua primeira visita oficial ao país, considerada "histórica" por Assad.
Assad e Chávez, que permanecerá na Síria por três dias, disseram em que seus países têm posturas comuns em assuntos internacionais, especialmente na "luta contra o imperialismo".
Segundo a "Sana", o líder venezuelano disse que os dois países assinarão importantes acordos de cooperação nas áreas de petróleo, energia, cultura e intercâmbio de informação.
"Hoje começamos uma nova etapa", disse Chávez, acrescentando que os dois países "têm uma postura firme contra o imperialismo e os projetos de hegemonia do império americano".
Chávez também convidou o presidente da Síria a visitar Venezuela.
Assad chamou o presidente venezuelano de "grande líder" e elogiou sua política de "apoio às causas árabes". "Nossa postura é muito próxima à sua nos assuntos internacionais, rejeitando a hegemonia e a política monolítica", concordou.
Após lembrar que a Venezuela abriga uma colônia de cerca de 1 milhão de pessoas de origem árabe, o presidente sírio disse que durante a visita de Chávez "as idéias resultarão em acordos e em mecanismos".
O objetivo das conversas, explicou, é que Damasco e Caracas estabeleçam uma "coordenação política de alto nível, para proteger todos os países expostos a pressões e tentativas de bloqueio".
Chávez, que chegou à Síria depois de passar pela Malásia, goza de grande popularidade entre os sírios, devido a sua postura a favor do Líbano durante a ofensiva militar israelense.
Suas fotos e as bandeiras da Venezuela apareciam junto às da Síria e do grupo libanês Hisbolá nas manifestações populares no país durante o conflito entre o grupo xiita e Israel.
A Síria, teoricamente em estado de guerra com Israel pela ocupação das Colinas do Golã, figura na lista dos EUA como um dos países patrocinadores do terrorismo, por seu apoio ao Hisbolá e a grupos palestinos considerados terroristas pelo Governo americano.
Tom Casey, um porta-voz do Departamento de Estado americano, disse nesta terça-feira que Chávez deveria pedir à Síria que cumpra as resoluções da ONU sobre a investigação do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri e o desarmamento do Hisbolá.
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