Morte de executivo no Rio teria sido encomendada
Segundo informações recebidas por agentes da 1ª DP (Praça Mauá), o assassino pagava em dinheiro cada chope bebido, para ficar "liberado" para agir a qualquer momento. Leonardo costumava tomar sucos no local. Segunda-feira, porém, saiu da empresa e passou direto pela lanchonete. O matador, então, o seguiu e deu os dois tiros pelas costas - um atingiu a coluna cervical e o pulmão direito e o outro, a cabeça. Foi arrecadado projétil na coluna durante necropsia, de calibre não revelado.
O conteúdo da maleta que Leonardo carregava, e que foi levada pelo bandido, poderá dar pistas sobre o motivo do crime. O assassino, descrito por testemunhas como um homem branco, com cerca de 1,7 m de altura, fugiu correndo pela rua da Candelária. Segundo o delegado da 1ª DP (Praça Mauá), Marcos Drucker, nenhuma hipótese será descartada enquanto não for descoberto o que havia na pasta. Parentes vão depor para tentar esclarecer se havia documentos ou dinheiro. A Delegacia de Homicídios dará apoio às investigações. p> Policiais estiveram ontem na empresa e pegaram imagens de câmeras de vigilância. Uma delas, na fachada do edifício, pode ter registrado a fuga, mas dificilmente captou imagens do crime, por estar virada para outro ângulo. Um advogado da empresa, que se identificou como Saulo, disse que Leonardo não recebia ameaças: "Ele não andava escoltado, não tinha motivo para isso".
Família afirma que vai cobrar apuração Ontem à tarde, 300 pessoas acompanharam o enterro de Leonardo no Cemitério São João Batista, Botafogo. Tia do executivo, Ana Drumond fez desabafo pela família:
"Quem perde um filho dessa forma não pode ficar de braços cruzados".
Durante a cerimônia, a mãe da vítima, Norma, ficou bastante emocionada. Assim que foi avisada do crime, segunda-feira, ela foi ao local e acalentou o corpo do filho até a chegada do rabecão.
O pai do executivo, Sebastião Contídio Drumond, que é dono da empresa, estava no escritório na hora do crime. Ele ouviu tiros e só depois ficou sabendo que seu filho era a vítima. "A empresa já foi assaltada, como qualquer outra. Achei muito estranho não terem roubado nada, mas não sei o que houve", disse Ana Tramm, irmã do engenheiro.
Uma disputa judicial por dinheiro A Semenge Engenharia e Empreendimentos atua no ramo de obras públicas e participa de licitações estaduais e municipais. Leonardo trabalhava com o pai desde 1997. A empresa tem filiais em cinco Estados, entre eles São Paulo. Na Justiça, a firma tenta reaver a quantia de R$ 1.911.031,33. No processo, na 30ª Vara Criminal, um sócio e um ex-contador da companhia são acusados de ter desviado o dinheiro.
Eles foram denunciados por estelionato pelo Ministério Público em 2002. Segundo a denúncia, para justificar pagamentos, a dupla usava notas frias das empresas Pantrator Comércio de Peças para Tratores Ltda, Tratores e Veículos Ltda, Somaaz Serviços e Comércio Ltda , Fuel Line Comércio de Peças para Tratores e Automotivos Ltda. No processo, Leonardo prestou depoimento como testemunha. A ação foi movida pelo pai dele, Sebastião.
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