EUA querem que Chávez alerte a Síria de suas obrigações

Os Estados Unidos afirmaram esperar nesta terça-feira que o presidente venezuelano Hugo Chávez aproveite sua visita a partir desta quarta-feira à Síria para recordar ao governo de Damasco "suas obrigações internacionais", numa alusão ao desarmamento do movimento xiita libanês Hezbollah. "Acho que qualquer pessoa que mantenha conversações com o governo sírio deve enfatizar a necessidade de que a Síria cumpra com suas obrigações internacionais", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Tom Casey, indagado sobre a visita de Chávez a Damasco.

O porta-voz aludiu explicitamente à resolução 1559 da ONU, que, em 2004, pediu o desarmamento das milícias libaneses, e a 1701, que reafirmou isso em 13 de agosto passado, quando o Conselho de Segurança aprovou um cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Hugo Chávez inicia nesta quarta-feira uma visita de dois dias à Síria destinada a consolidar as relações bilaterais com este país isolado pela comunidade internacional desde o fim da guerra no Líbano.

As conversas entre Chávez e seu colega sírio Bachar al Assad estarão centradas na situação na região e nas relações bilaterais, segundo fontes sírias, que considera positivas as posições do presidente venezuelano sobre as questões do Oriente Médio. Chávez já acusou Israel de ter cometido "um genocídio" no Líbano durante coletiva realizada na sexta-feira passada, na China.

"A popularidade do presidente venezuelano no mundo árabe é tão grande quanto em seu país, onde se esforça por reforçar a independência e preservar os interesses nacionais", afirmou o jornal governamental sírio Techrin, que saúde "Chávez, o inimigo Nº 1 dos Estados Unidos, dirigente internacional e principal partidário das causas árabes".