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Internacional
Terça - 29 de Agosto de 2006 às 15:28

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Os esforços pouco sistemáticos adotados atualmente para prevenir o tráfico de crianças no sudeste da Europa são insuficientes para proteger os pequeninos de abusos, denuncia um relatório apresentado hoje em Londres pela Unicef e pela organização Terres des hommes.

"No sudeste da Europa as crianças são traficadas porque os esforços de prevenção são muito pequenos e chegam muito tarde", declarou a diretora regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Europa Central e Oriental e na Comunidade dos Estados Independentes (CEI), María Calivis.

A representante da Unicef diferenciou dois grupos que podem sofrer este tipo de abuso: Por um lado meninas com menos de 18 anos, que se prostituem, e por outro um grupo misto de menores com idades entre 8 e 13 anos que são forçados a tentar obter dinheiro com práticas como a mendicância.

O vice-presidente da Terre des hommes, Christian Hafner, reconheceu que as ações legais e os trabalhos de resgate de menores contribuem de forma vital para o combate destas práticas, porém declarou que "são insuficientes para freá-las".

"Os esforços devem se concentrar agora, em primeiro lugar, em preveni-las", disse Hafner.

O tráfico de crianças só pode ser combatido enfrentando as "raízes" do problema, como a pobreza, o abuso, a exclusão e a marginalização, afirmou.

"Todos sabemos quais são as principais causas, quais são os grupos mais vulneráveis e de onde vêm. Para desenvolver uma rede efetiva que proteja os pequeninos devemos ir à fonte, escutar o que as crianças têm a dizer sobre o assunto", afirmou Calivis.

O estudo intitulado "Ação para prevenir o tráfico de crianças no sudeste europeu. Uma avaliação preliminar" baseia suas conclusões em pesquisas realizadas na Albânia, na República da Moldávia, na Romênia e na província sérvia de Kosovo.

As duas organizações defenderam uma maior coordenação dos recursos, tanto em nível local como internacional, para lutar contra o tráfico infantil.

O relatório também destaca a obrigação dos Estados na proteção dos menores, ao amparo da Convenção dos Direitos da Infância das Nações Unidas.

"Nossa mensagem é que ainda faltam muitas iniciativas para garantir a existência de estratégias e medidas de prevenção, e este relatório é uma contribuição nesta direção", declarou Calivis, para quem o documento oferece uma "visão geral sobre onde podemos atuar, além de analisar o que funciona e o que não".

O autor da pesquisa, Mike Dottridge, afirmou que em suas conclusões ressalta a necessidade de "dar informação" às crianças suscetíveis deste tipo de abuso, e diz que as autoridades dão pouca atenção às razões que fazem com que determinados grupos sejam alvo de tráfico e outros não.

Segundo Dottridge, entre os motivos que fazem com que alguns pequeninos sejam mais suscetíveis que outros a sofrer este tipo de abuso está a falta de recursos econômicos e educação e os desejos dos adolescentes de fugir de suas casas.





Fonte: EFE

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