Diretoria da Inco recomenda rejeição de oferta de US$ 17 bi da Vale
Em comunicado divulgado hoje, a Inco informou que o acordo que havia entre a empresa e a Phelps Dodge exige que a diretoria da Inco mantenha a recomendação do voto a favor da oferta desta, a menos que a diretoria determine que uma oferta rival seja considerada "superior".
O acordo ainda estipula que a Inco mantenha publicamente uma posição neutra com respeito a propostas de competidores nos 15 dias seguintes ao recebimento de novas ofertas. "No caso da oferta da Vale, esse prazo de 15 dias expirou hoje", diz o comunicado.
Mesmo sem ter recomendado a oferta da Vale como superior, a diretoria da Inco determinou que a oferta da empresa "pode razoavelmente resultar em uma 'proposta superior'" e, segundo o acordo, autorizar a Inco a entrar novamente em negociações com a empresa brasileira.
O comunicado informou ainda que a Vale "indicou que não deseja" melhorar a oferta, o que levou a diretoria da mineradora canadense a recomendar o voto a favor da Phelps Dodge.
A reunião dos acionistas da Inco deve acontecer no dia 7 de setembro.
A Vale anunciou no último dia 11 uma oferta pública para a aquisição de todas as ações ordinárias (com direito a voto em decisões da empresa) da Inco por cerca US$ 17,7 bilhões.
A Inco é líder no mercado global de níquel, ocupando o posto de segunda em produção e primeira em reservas. Com custos baixos, a empresa tem, segundo a Vale, o maior potencial de crescimento no setor.
Em 2005, a Inco apresentou receita de US$ 4,518 bilhões e lucro líquido de US$ 836 milhões. A dívida total em 30 de junho era de US$ 1,921 bilhão.
Juntas as duas empresas passariam a ter liderança no mercado global de minério de ferro, pelotas, níquel, bauxita, alumina, manganês e ferro ligas.
Procurada pela Folha Online, a assessoria da Vale informou que a empresa não vai comentar a decisão da Inco.
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