Empresário passa dois meses em cativeiro no Ceará

O empresário Dagoberto Antônio Faedo, 43 anos, foi libertado na manhã de ontem após ficar quase dois meses em cativeiro, no Ceará. Produtor rural em Limoeiro do Norte (CE) e em Marau, no Rio Grande do Sul, Faedo foi solto após o pagamento do resgate. O delegado Francisco Ilha Cordeiro, que comandou as negociações no Ceará, não quis revelar o valor pago.

Faedo foi rendido no dia 2 de julho, quando estava em sua caminhonete Mitsubishi L200. Oito homens, em quatro motos, escoltaram o veículo, encontrado queimado no dia seguinte.

Equipes da divisão anti-seqüestro de Porto Alegre deram apoio à polícia cearense e acompanharam a negociação dos bandidos com a família de Faedo, por telefone. O cunhado do empresário, Márcio Turra, e o irmão dele, Darlan Faedo, ficaram oito dias no Ceará.

Conforme Turra, o empresário foi mantido no meio da mata, ao ar livre, sob intenso sol e calor. A localização do cativeiro mudou cerca de seis vezes. Faedo foi mantido com os olhos vendados ou diante de bandidos encapuzados. Como dormia em uma rede, foi muito picado por mosquitos. Os bandidos o alimentavam duas vezes ao dia, com arroz e feijão. O empresário perdeu cerca de 15 kg.

O dinheiro do resgate foi deixado em uma área rural entre Jaguaretama e Morada Nova. O empresário foi libertado às 3h30min, num matagal no interior de Solonopoli. Faedo prestou depoimento à polícia cearense e deve retornar hoje para o Rio Grande do Sul.