PF aponta que Delúbio desviou R$ 15 mi da Saúde
O relatório foi encaminhado ao Ministério Público no dia 15 de agosto. Numa das gravações, afirma o relatório, aparecem os lobistas Eduardo Passos Pedrosa e Laerte de Arruda Correa. Ambos estão entre os 17 empresários e servidores que foram presos pela PF em maio de 2004, como resultado da Operação Vampiro. Segundo outro preso na operação, o lobista Francisco Danúbio Honorato, Laerte teria autorização de Delúbio para arrecadar recursos para os petistas na campanha presidencial de 2002.
A Operação Vampiro investigou denúncias de fraudes em licitação para compra de hemoderivados -medicamentos para hemofílicos- no Ministério da Saúde. Na época, a investigação foi feita a pedido do próprio ministério, depois de receber uma denúncia de uma empresa do setor.
O relatório registra que as fraudes já ocorriam durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Na lista de indiciados estão os empresários Platão Fischer Puhler e Edilamar Gonçalves, ex-funcionários do Ministério da Saúde durante o governo FHC.
Estranheza Delúbio Soares afirmou, em depoimento à Polícia Federal em junho, que "causa estranheza" o fato de analistas das conversas telefônicas usadas nas investigações terem chegado à conclusão de que termos como "Deo, Dê, Chefe e Delio" se referiam a ele. Delúbio negou que tivesse montado qualquer estratégia no ministério para arrecadar verbas para o partido.
Delúbio disse ainda à PF que foi apresentado ao lobista Laerte Correa Júnior por um representante do setor farmacêutico, mas que nunca autorizou-o a falar em seu nome.
O ex-ministro Humberto Costa negou que Delúbio tivesse poderes no ministério e disse desconhecer a atuação de Correa em arrecadação para o PT.
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