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Paris admite retomar o diálogo com o Irã sobre programa nuclear
"Devemos promover um diálogo lúcido, concreto e responsável", afirmou o chefe da diplomacia francesa, num discurso aos embaixadores reunidos em Paris para sua conferência anual.
A dois dias de terminar o prazo fixado pelo Conselho de Segurança da ONU para que o Irã suspenda suas atividades de enriquecimento de urânio, Douste-Blazy afirmou que o diálogo deve ser retomado de forma "rápida" e com o objetivo de "encontrar finalmente soluções para o problema nuclear iraniano".
O ministro francês respondeu assim às autoridades iranianas, que se dizem abertas ao diálogo.
"Sem renunciar à exigência da supressão de atividades delicadas, a França também está disposta a retomar o diálogo", afirmou.
O Irã já anunciou que não suspenderá o enriquecimento de urânio, mas propôs abrir "negociações sérias" com o grupo formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e pela Alemanha.
Douste-Blazy criticou a resposta iraniana à comunidade internacional, que para ele "não é satisfatória" e "continua sendo ambígua".
Teerã "parece ignorar a questão essencial da suspensão das atividades nucleares delicadas, ou seja, o enriquecimento e o tratamento" do urânio, afirmou.
Para o chefe da diplomacia francesa, a crise nuclear iraniana põe em risco a "segurança" da comunidade internacional, "a eficácia do sistema multilateral em geral e dos regimes internacionais de não-proliferação em particular, os equilíbrios regionais e a credibilidade dos europeus".
Douste-Blazy se reuniu na terça-feira com seu colega alemão, Frank-Walter Steinmeier. Os dois apontaram a necessidade de "dar uma possibilidade ao diálogo", horas depois de o presidente francês, Jacques Chirac, pedir ao Irã "gestos para criar as condições da confiança".
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