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Internacional
Terça - 29 de Agosto de 2006 às 03:00

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O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, dispõe de ampla maioria no Gabinete, apesar do intenso desgaste político, para aprovar uma comissão que vai investigar sua conduta no conflito do Líbano, e outra que vai analisar a atuação das Forças Armadas, cujos membros ele mesmo escolheu.

Por enquanto, só dois ministros do Partido Trabalhista na coalizão liderada por Olmert e pelo partido Kadima, Eitan Kabel e Ophir Pines-Paz, anunciaram sua rejeição à decisão do primeiro-ministro, segundo fontes do Poder Executivo e do Parlamento (Knesset).

Fontes da Knesset, porém, disseram hoje que a maioria dos legisladores rejeita a decisão do primeiro-ministro.

Olmert anunciou ontem à noite que tinha decidido criar uma comissão para investigar a atuação do Poder Executivo e outra de analistas para estudar a das Forças Armadas. A Comissão Parlamentar para Assuntos de Segurança debaterá hoje a decisão.

Reservistas que participaram dos combates denunciaram graves erros das autoridades militares. Por isso, reforçaram seu pedido de uma investigação judicial. Eles chegam a defender a renúncia de Olmert, do ministro da Defesa, Amir Peretz, e do chefe das Forças Armadas, general Dan Halutz.

A principal diferença entre uma investigação "oficial" e outra "judicial" é que os membros da primeira são nomeados pelo Poder Executivo (que de fato é o alvo do inquérito), e a outra fica nas mãos de um juiz da Corte Suprema, que forma uma comissão com as atribuições de um tribunal.

No entanto, nenhuma das duas comissões pode impor suas decisões. Elas são, na realidade, "recomendações" que o Poder Executivo pode ou não aceitar, esclareceu hoje o coronel da reserva Yacov Hisdai. Ele foi membro da comissão judicial que apontou os erros do Governo da ex-primeira-ministra Golda Meir na Guerra do Yom Kippur, em outubro de 1973.

"Se em Israel existisse a cultura da responsabilidade não seriam necessárias essas comissões investigadoras. Olmert, Peretz e Halutz deveriam ter renunciado ao fim da guerra", comentou Hisdai.

A comissão criada por Olmert será presidida por Najum Admoni, ex-chefe dos Serviços Secretos (Mossad), e terá ainda o general da reserva Iedidia Yaari, o jurista Ruth Gavison, o professor de ciências políticas Iejézkel Dror, e um quinto nome não divulgado ainda.

A segunda comissão, que "analisará" a atuação das autoridades militares durante os combates no Líbano "a fim de corrigir erros" e aconselhar medidas destinadas a "preparar às Forças Armadas para o futuro", será presidida pelo general da reserva Amnon Lipkin-Shajak.

A atuação do Poder Executivo e do Ministério da Defesa, assim como a das Forças Armadas, também será investigada pelo Supervisor do Estado (Ombudsman), que é um funcionário independente.





Fonte: EFE

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