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Agronegócios
Terça - 29 de Agosto de 2006 às 01:01

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São Paulo - O diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento Agrícola e Pecuário do Ministério da Agricultura, José Maria dos Anjos, informou que nesta semana não acontecerão os leilões de Pepro de soja e Pesoja, que vinham acontecendo regularmente. Ele não soube informar o motivo de o edital do leilão não ter sido publicado na última sexta-feira, o que impossibilita a realização dos pregões nesta semana. "Eu não estava aqui na semana passada, por isso não sei dizer o que aconteceu", disse.

O dirigente garantiu, no entanto, que na próxima semana os leilões voltarão a acontecer normalmente, dentro dos moldes estabelecidos até a semana passada e sem qualquer modificação nas regras definidas. "Enquanto houver demanda realizaremos os leilões", afirmou dos Anjos.

Procurados pela Agência Estado, os responsáveis pelos leilões na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não foram encontrados para dar mais esclarecimentos sobre a não realização dos pregões de soja nesta semana. Fontes da empresa, no entanto, informaram que a empresa estaria aguardando a aprovação do orçamento pela Secretaria de Política Agrícola do ministério para liberar o edital dos leilões.

A informação do representante do governo frustra um pouco os produtores, que aguardavam alterações nas regras da comercialização. Chegou a circular no mercado a informação de que a não realização dos leilões dessa semana seria um indicador de que o governo estaria fazendo algumas alterações nos editais para atender aos pedidos feitos pelos produtores e tradings no último dia 15. "O motivo não é esse, tanto que os leilões vão acontecer sem qualquer tipo de alteração", enfatizou dos Anjos.

Há duas semanas, a Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso (Aprosoja), juntamente com representantes das indústrias processadoras, se reuniram em Brasília com o Ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, para pedir mudanças nas regras, com objetivo de ampliar a participação das tradings no processo de comercialização via leilão. Apesar de o ministro ter se comprometido a avaliar as sugestões, nenhuma alteração foi realizada até o momento. Fontes ligadas ao setor produtivo informaram que, apesar da boa vontade do ministro em discutir o assunto, ele não se mostrou disposto a fazer grandes esforços para promover as alterações propostas.

O grande entrave na questão dos leilões de soja está na comprovação da data de escoamento. O ministério exige que a soja favorecida pelos prêmios tenha uma data de escoamento posterior às do leilão. O grande problema é que a maior parte da soja produzida no Brasil já está comercializada, foi processada ou até mesmo exportada. Isso significa que existe um volume muito pequeno de soja disponível que os leilões poderiam favorecer e explica, em parte, a baixa procura pelos leilões realizados até o momento.

Os últimos leilões aconteceram na sexta-feira passada (25). O leilão de Pepro negociou prêmios para apenas 12,11% da oferta feita pelo governo, de 1,5 milhão de toneladas. Já o leilão de Pesoja, consegui um desempenho um pouco melhor, de 35,6% em uma oferta total de 1,5 milhão de toneladas. O resultado, no entanto, foi inferior ao da semana anterior, quando 39% da oferta foi negociada.




Fonte: Agência Estado

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