Multidão em cólera recebe Kofi Annan em Beirute
Uma mulher vestida com um chador depositou uma foto de Nasrallah na parte dianteira de um dos carros da comitiva de Annan, que deixou rapidamente o local. Em seguida, o serviço de segurança decidiu encurtar a visita em dez minutos. "Allah, Nasrallah e nada mais", gritava a multidão no bairro de Haret Hreik, vaiando a chegada do comboio de Annan nas ruínas dos edifícios bombardeados pela aviação israelense.
Neste bairro de maioria xiita, onde ficava o quartel-general do Hezbollá antes do conflito, e nos outros setores da periferia sul, pelo menos 192 prédios foram reduzidos a poeira. "Morte a Israel", "Viva a Síria" gritava a multidão. "Que a ONU e Annan vão para o inferno", afirmou Jamil Bachir Al-Abed, 31 anos, residente do bairro. "Que ele veja tudo o que a ONU e os Estados Unidos fizeram que veja todas estas destruições", acrescentou apontando para toneladas de cimento dos prédios empilhadas. "Eis o que fizeram!". Um grupo de mulheres, com o retrato de Nasrallah, denunciaram com raiva o conluio, segundo elas, entre as Nações Unidas e Israel.
"Será que ele (Annan) não tem vergonha do que nos aconteceu", perguntou uma delas, Ihsan. "Ele é tão impotente quanto os outras ante a agressão israelense", respondeu uma outra mulher.
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