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Internacional
Segunda - 28 de Agosto de 2006 às 15:33

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O Centro Simon Wiesenthal elogiou na segunda-feira a decisão do escritor alemão Guenter Grass, Nobel de literatura, de permitir que o centro investigue nos arquivos nazistas o período em que ele foi integrante da Waffen-SS, de Hitler.

Na semana passada, o centro pediu a Grass que abrisse mão das leis alemãs criadas para proteger a privacidade desse tipo de documento. Mas o centro advertiu que os dados não serão suficientes e que será necessário tomar o depoimento de Grass.

"Embora o acesso aos arquivos certamente facilitará a investigação histórica, os documentos isolados não vão fornecer um panorama claro dos serviços de Grass durante a guerra," disse Efraim Zuroff, presidente do centro Wiesenthal, em nota divulgada em Jerusalém.

O centro afirmou que as informações da imprensa sobre o passado de Grass são contraditórias e que o escritor deve esclarecer os registros.

"Pedimos ao senhor Grass que dê o mais rápido possível detalhes sobre a unidade ou as unidades a que ele pertenceu e sobre todas as operações e sua atuação durante aquela época," disse Zuroff, que vem caçando criminosos de guerra nazistas há mais de 25 anos.

Grass, um dos escritores mais conhecidos da Alemanha e visto por muitos em seu país como uma autoridade moral, pede há mais de 50 anos que os alemães sejam honestos sobre seu passado.

Mas, este mês, o escritor de 78 anos chocou seus admiradores na Alemanha e no exterior ao revelar que se voluntariou aos 15 anos para atuar em submarinos, mas foi rejeitado e, depois, convocado para fazer parte da Waffen-SS, mais para o fim da Segunda Guerra Mundial.

A Waffen SS era uma unidade de combate nazista com treinamento especial, inicialmente composta de voluntários, que participou do Holocausto e cometeu crimes de guerra. No fim do conflito, porém, a maioria dos integrantes havia sido convocada e tinha menos de 18 anos.

Grass disse que entrou na SS para fugir da família e insistiu em afirmar que jamais disparou um tiro. Mas alguns críticos dentro e fora da Alemanha consideram a explicação rala demais, além de tardia.





Fonte: EFE

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