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Agronegócios
Segunda - 28 de Agosto de 2006 às 13:08

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O frio não tem afetado muito a produção de leite no Estado, pois está ocorrendo de forma alternada. Após poucos dias de quedas acentuadas, a temperatura voltou a subir, beneficiando os animais e as pastagens. A disponibilidade de forragem é boa, permitindo a redução da suplementação e a conseqüente diminuição dos custos de produção. Mas os solos úmidos, especialmente na Metade Norte do Estado, onde se situam as principais bacias leiteiras, estão dificultando o manejo do gado e das pastagens.

Apesar das precipitações mais intensas, com significativa recuperação dos mananciais na maior parte do Estado, ainda há regiões como a da Campanha, onde o déficit hídrico persiste.

Os produtores continuam descontentes com os preços do leite mas, como a produção vem aumentando, as cotações seguem estáveis, com tendência de queda. Mesmo assim, os produtores continuam, apostando na melhoria da atividade, por causa da anunciada instalação de novas indústrias no Estado e da ampliação de plantas existentes, que elevaria em cerca de 50% a demanda pelo produto.

Na apicultura, o frio e as chuvas provocaram o abortamento de flores, reduzindo a oferta de néctar. Além disso, houve expressivo incremento do consumo das reservas alimentares, o que levou os apicultores a reforçarem a alimentação suplementar das abelhas, sendo que, em alguns casos, ocorreu a morte de colméias. Os apicultores se preparam para o próximo período de produção, limpando as colméias, desobstruindo o alvado e trocando os favos velhos por cera laminada. Os estoques de mel ainda são altos, mantendo os preços baixos, para descontentamento dos apicultores.

Culturas

A brusca mudança na temperatura provocou prejuízos em várias culturas implantadas, em especial para aquelas que já se encontravam em fase de floração e enchimento de grãos. É o caso das lavouras de inverno, como trigo, aveia e cevada, que deverão ter seus rendimentos comprometidos.

Apesar do fenômeno atingir boa parte da área, a sua intensidade ocorreu de forma distinta, dependendo da região, fato que dificulta a quantificação precisa dos danos.

Em âmbito estadual, a cultura do trigo se encontra mais adiantada que em anos anteriores, conseqüência das temperaturas mais amenas verificadas em boa parte do ciclo. Atualmente se estima que 34% das lavouras estão em floração e enchimento de grãos e 66% em desenvolvimento vegetativo (perfilhamento). Por ora se mantém inalterada a previsão inicial de uma produtividade média em torno de 1,8 mil kg/ha. Para as culturas de verão, como o milho e o feijão, que se encontram em fase inicial de plantio e desenvolvimento vegetativo, a baixa temperatura e a formação de geadas provocou o retardamento da germinação, ou mesmo, a morte de plântulas recém emergidas, o que deverá implicar no replantio de algumas áreas.

No feijão, as primeiras informações das principais regiões produtoras são de que a primeira safra poderá ter sua área aumentada em relação à de 2005.

Os dados do levantamento da Emater/RS-Ascar serão analisados e divulgados nos próximos quinze dias.

No caso do arroz, as chuvas ocorridas no mês de agosto melhoraram as condições das barragens destinadas à irrigação. Todavia, não foram suficientes para normalizar por completo a situação de muita delas, em especial as localizadas na Fronteira Oeste e Campanha. Os orizicultores estão apreensivos quanto aos prognósticos climáticos para os próximos três meses, que indicam a possibilidade de chuvas abaixo da normal climatológica. Mesmo assim, os produtores de arroz seguem executando os trabalhos prévios ao plantio, preferindo aguardar, provavelmente até outubro, para decidirem realmente o quanto plantar.

Hortigrangeiros e biodiesel

Para as frutíferas que já se encontravam em pleno processo de brotação devido ao calor extemporâneo (principalmente pêssegos e ameixas), o frio excessivo provocou o abortamento de flores e a queda de pequenos frutos. Na região Sul, mais precisamente em Pelotas e Piratini, produtores computam prejuízos entre 15% e 20% na produção de pêssegos, fato que leva os produtores aos bancos para a solicitação de Proagro (seguro). Nas olerícolas, as mais prejudicadas foram as folhosas, que tiveram sua oferta diminuída devido à má qualidade provocada pelo frio intenso.

Na região do Planalto, a redução de oferta de hortaliças folhosas foi de cerca de 50%, em razão das geadas que se formaram, pois essas crestaram as partes aéreas das olerícolas, baixando radicalmente a qualidade dos produtos. Nessa Região e também no Médio Alto Uruguai, os citros, a persicultura e também a viticultura foram muito afetadas pelas geadas, pois muitos pomares já se apresentavam em floração e brotação. No Alto Uruguai e Nordeste do Estado, os pessegueiros também foram os mais atingidos, pois a geada determinou prejuízos de cerca de 80%, nas variedades precoces.

Na Fronteira Noroeste, encontra-se em andamento a colheita das lavouras de cana-de-açúcar destinadas à usina de álcool combustível do município de Porto Xavier. Na região, essa cultura vem se projetando nos últimos anos, inclusive com aumento de área, com novos canaviais. No município de Roque Gonzales, está instalada uma unidade de observação com sete novas variedades de cana-de-açúcar e, em estudos, a construção de uma microusina.

Nos municípios de Giruá e São Luiz Gonzaga deverão ser instaladas usinas maiores, já que, neste último município, a implantação dos canaviais encontra-se em andamento.

No Vale do Taquari, os canaviais estão sendo colhidos para a alimentação dos animais e para o preparo de melado e açúcar pelas agroindústrias. Essa cultura encontra-se valorizada na Região, sendo que o comércio está pagando R$ 4,00/kg, levando os produtores a buscar mais cana para o plantio, a fim de aumentar a área de produção. Essa tendência é atual e visa também o acesso a plantas com maior qualidade e rendimento. No Vale do Taquari, a tonelada de cana-de-açúcar é negociada a R$ 105,00.





Fonte: Olhar Direto

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