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Internacional
Domingo - 27 de Agosto de 2006 às 17:26

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Uma série de atentados com carros-bomba e tiroteios mataram cerca de 60 pessoas neste domingo no Iraque, logo após o primeiro-ministro Nuri al-Maliki dizer que a violência é decrescente e que o país nunca vai descambar para uma guerra civil.

Um alto integrante do governo revelou que Maliki planeja reformular o seu gabinete de ministros, apenas cem dias após a sua formação. Ele quer demitir ministros considerados desleais ou com fraco desempenho e premiar com cargos algumas facções políticas em busca de maior apoio a seu plano de reconciliação.

Carros-bomba explodiram em Bagdá, na cidade de Khallis, ao norte da capital, na cidade petroleira de Kirkuk, ao norte, e na cidade xiita de Basra, ao sul, um dia após Maliki ter novamente pedido a reconciliação entre os grupos étnicos que se enfrentam num conflito sangrento no Iraque.

"A violência tem se reduzido e a nossa capacidade em segurança está aumentando. Nós não estamos em guerra civil e nunca estaremos em guerra civil", afirmou Maliki em entrevista gravada anteriormente transmitida neste domingo pelo canal de TV CNN. "O que você vê é uma atmosfera de reconciliação." Em Khallis, uma cidade religiosamente heterogênea, um atirador abriu fogo em um mercado e café, matando 16 pessoas e ferindo 25, segundo a polícia.

Em outro ataques, uma bomba explodiu um microônibus no centro de Bagdá neste domingo, matando nove pessoas. O atentado no microônibus aconteceu após uma ação com carro-bomba contra a sede do jornal iraquiano de maior circulação, o al-Sabah (do governo). O ataque matou dois funcionários do jornal e causou graves estragos ao edifício.

As explosões ocorreram apesar de um grande operação de segurança com milhares de soldados dos EUA e do Iraque, com o objetivo de tranquilizar a capital e conter o avanço rumo à guerra civil. A violência sectária e atentados insurgentes mataram mais de 3 mil iraquianos apenas no mês de julho.

A polícia disse que 20 corpos foram encontrados em vários bairros de Bagdá no sábado. Alguns tinham marcas de tortura e a maioria morreu com tiros na cabeça, prática típica de crimes cometidos no conflito entre xiitas e sunitas.

As mudanças no governo devem envolver em parte o movimento do clérigo radical Moqtada al-Sadr, cuja milícia, Exército Mehdi, tem enfrentado nas últimas semanas forças iraquianas e americanas, disseram fontes políticas. Importante personagem do governo de união nacional, Sadr nega que sua milícia esteja ligada a esquadrões da morte responsáveis pela violência sectária.

Numa entrevista, o vice-premiê Barham Salih disse que Maliki mudaria o seu gabinete em breve porque está frustrado com o desempenho de alguns ministros e a deslealdade de outros.

"E natural que o primeiro-ministro e a liderança política contemplem a idéia de substituições e mudanças para melhorar a capacidade do governo," declarou ele.





Fonte: AFP

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