BB já refinanciou R$ 200 milhões das dívidas dos produtores de MT

O Banco do Brasil já fez o refinanciamento de aproximadamente R$ 200 milhões das dívidas dos produtores rurais que procuraram a instituição com o objetivo de viabilizar o plantio da safra 2006/2007. A data para a renegociação das dívidas vai até o dia 31 de setembro, época que muitos agricultores já estarão plantando soja, principalmente.

De acordo com Renato José Araújo Barbosa, superintendente da instituição em Mato Grosso, as negociações estão fluindo bem e hoje o BB está em pleno refinanciamento das dívidas dos produtores. Segundo ele, embora as medidas impostas pelo Governo Federal não foram bem aceitas por alguns agricultores como as melhores soluções, estão razoavelmente dando bons resultados.

O superintendente ainda disse que as negociações avançaram, até porque o tempo está acabando e quem realmente pretende plantar terá que investir logo, já que a época de plantio é agora em setembro e outubro. Ele disse ainda que a intenção do banco é refinanciar a dívida. “Há produtores que são nossos clientes há pelo menos 20 anos, não temos intenção de romper com ninguém. Por isso o banco analisa caso a caso para facilitar o máximo possível”, explica.

O Banco do Brasil está financiando até 80% das dívidas, a outra parte tem que ser paga. Mas, conforme Renato José Araújo, está havendo uma flexibilização de garantias, que estão sendo adequadas para cada caso específico.

Interior do Estado

Em Sorriso (420 quilômetros ao Norte de Cuiabá), segundo Nadir Sucolotti, produtor rural e vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), os agricultores não estão dispostos a se arriscarem muito, mas estão financiando 80% da sua produção. “Devido os problemas que o setor enfrentou esse ano todos ficaram um pouco com o pé atrás, inclusive acho que a área plantada deva diminuir de 10% a 15%, pois muitos vão plantar outro tipo de produto”, avalia.

Já em Primavera do Leste (231 quilômetros ao sul da capital), de acordo com Presidente do Sindicato Rural. José Otaviano Nardes, a crise está tão acentuada que ele não tem notícias de que os produtores daquele município tenham procurado o Banco do Brasil para negociar as dívidas. “Não podemos pagar para trabalhar, do jeito que está o produtor terá ainda mais prejuízos do que na última safra”, lamenta.