Diferenças políticas podem colocar amigos Julier e Taques como rivais em 2014
O juiz titular da 1ª Vara Federal de Mato Grosso, Julier Sebastião, e o senador Pedro Taques (PDT) são amigos de longa data e, juntos, atuaram em uma das principais operações de Justiça Federal já realizada no estado, a “Arca de Noé”, que culminou com a prisão do bicheiro João Arcanjo Ribeiro. Contudo, nem esses laços de amizade devem garantir os dois no mesmo lado das eleições de 2014.
O juiz federal é cortejado pelo Partido dos Trabalhadores e pelo PMDB, dois partidos que comprometeriam uma possível aliança com o amigo pessoal. Caso Julier realmente decida sair da magistratura para concorrer a uma eleição e o faça pelo PT, partido ao qual já foi filiado e possuiria maior afinidade, o empecilho seria a posição de Taques no Senado.
“O PDT é um partido que faz parte da base aliada da presidenta Dilma, mas o senador Pedro Taques parece estar muito mais alinhado ao PSDB e ao DEM. Ele parece muito mais alinhado a oposição. Então não vejo possibilidade de uma aliança”, disse o médico Lúdio Cabral, ex-vereador de Cuiabá e liderança proeminente do PT após protagonizar a última disputa pela Prefeitura de Cuiabá, na qual foi derrotado.
No Senado, Taques tem adotado um tom crítico a Dilma Roussef. Junto do outro senador pedetista Cristovão Buarque, ele se declara independente pela esquerda, e não um parlamentar governista. Além disso, ele concorreu a presidência do Senado, tendo disputado contra Renan Calheiros (PMDB), candidato apoiado pelo PT.
Caso Julier escolha o PMDB o problema deve ser parecido. Taques é oposição de Silval desde 2010, quando foram rivais de eleição. O senador pedetista sempre se colocou como representante de um novo projeto em Mato Grosso, uma alternativa a atual gestão encabeçada, hoje, pelo governador.
Dessa forma, a menos que Julier Sebastião surpreenda e filie-se a algum partido ligado ao senador Pedro Taques, como o PV, o PSB ou o próprio PDT, os dois amigos deverão ser rivais de eleição, representando projetos opostos.
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